(Arquivo Pessoal; Bruno Cantini/Atlético)
Definitivamente, não é só futebol. Imaginar um torcedor do Cruzeiro tirar 90 minutos do seu tempo para acompanhar e até torcer para o arquirrival Atlético é praticamente fora de cogitação. Porém, a história do porteiro Maicon Alberto da Silva, de 31 anos, prova que isso é viável.
Conhecido no local de trabalho, na Zona Oeste da capital, como "Sósia do Patric", ele encarnou o personagem e dá risadas da comparação com o lateral-direito do Atlético, de 30 anos, eleito nesta quarta-feira (15) como o melhor em campo no empate sem gols contra o Santos, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.
"A primeira vez que falaram que eu parecia com ele foi nos dois primeiros meses de serviço onde trabalho há quatro anos. Todo mundo que chegava lá no prédio perguntava se eu era irmão do Patric. Eu nem o conhecia para ser sincero", conta o porteiro ao Hoje em Dia.
"Quando vi a foto vi que parecia mesmo. Estava com o cabelo grande e raspei só pra ficar mais parecido ainda", brinca.
Apesar de não ter a vida luxuosa e o alto salário do "irmão gêmeo", Maicon se tornou fã do jogador do Atlético. Acordar às 4 horas para tomar os ônibus de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana, até o trabalho, e, no fim do mês, ter vencimentos na casa dos R$ 1.500,00, para ele não é problema algum. Pelo contrário. De Patric, inclusive, ele absorve a humildade e a capacidade de se relacionar em grupo.
"Depois desta comparação e por ele ser tão humilde, eu acabo torcendo para o Galo. Quando ele está em campo eu sempre vejo. Queria parabenizá-lo por ser o cara guerreiro que é, humilde, e peço que continue desse jeito", comenta Maicon.
Em casa, a comparação também é feita pela esposa Gleicilane. A semelhança é tão grande que, desconfiada do parentesco, ele diz que ambos precisam urgentemente de um exame de DNA. Tudo na brincadeira, obviamente.
Já os filhos, Maicon Vinícius, de 10 anos, e Dayvid Gabriel, de 8, são quem mais aproveitam da simpatia do pai pelo alvinegro, mesmo sendo torcedor celeste. Atleticanos, eles vibram a cada vitória atleticana e, na mesma proporção, sofrem com as derrotas.
Peladeiro nato e longe das quatro linhas há algum tempo, Maicon, "banheirista" assumido, mantém a forma na academia e há muito não sabe o que é fazer a bola rolar. Mesmo assim, graças a uma feliz comparação, respira futebol todos os dias.
Curtindo as merecidas férias, ele curte os dias em que pode acordar mais tarde, mas não vê a hora de, novamente, assumir o posto de titular na portaria de sua empresa.