Separado do amigo Soares, Melo vive auge e alcança melhor ranking

Gazeta Press
13/11/2012 às 07:31.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:13
 (Jonathan Nackstrand/AFP)

(Jonathan Nackstrand/AFP)

Na primeira temporada sem o amigo Bruno Soares, Marcelo Melo jogou com dez parceiros diferentes ao longo do ano. Ainda assim, o tenista alcançou seu auge na carreira e iniciou a semana na 17ª colocação no ranking de duplistas da ATP, um recorde pessoal.

"Às vezes, é bom mudar um pouco de parceiro, mas somente por poucos torneios. A maior dificuldade é para buscar a classificação para o ATP Finals de Londres, em que as duplas com mais pontos durante o ano se classificam", afirmou Melo em entrevista à GE.net.

Nas temporadas anteriores, ele se acostumou a colecionar bons resultados ao lado de companheiros fixos - atuou com André Sá de 2007 a 2009 e com Bruno Soares em 2010 e 2011. Neste ano, no entanto, precisou armar parcerias de ocasião a cada torneio, principalmente através de mensagens de texto com outros tenistas.

Em 2012, o brasileiro alcançou alguns de seus melhores resultados ao lado do croata Ivan Dodig. Logo no primeiro torneio juntos, ambos chegaram até a final do ATP 500 de Memphis, disputado em fevereiro. A parceria, iniciada com um acordo de improviso e repetida dez vezes ao longo do ano, será mantida em 2013.

"Em Memphis, por incrível que pareça, eu e o Ivan acertamos de última hora. Acabou dando certo e fizemos a final. Meu jogo casou muito bem com o dele. Acho que temos fundamentos importantes que somam para fazer uma boa dupla", explicou Marcelo Melo, que também destacou a parceria formada com Marin Cilic, outro croata.Obrigado a jogar com diferentes parceiros ao longo do ano, o brasileiro atuou ao lado de alguns tenistas que não são considerados especialistas em duplas, a exemplo do compatriota Thomaz Bellucci e do próprio Marin Cilic, algo que não é visto como empecilho pelo gigante de 2,03m.

"Quando eu jogo com jogadores de simples, algumas coisas mudam, como os treinamentos, por exemplo. Mas eu não vejo problemas nisso. O único fator que pode atrapalhar um pouco é se o parceiro jogar uma partida longa de simples antes da dupla", explicou Melo.

Vice campeão em Memphis, o brasileiro conquistou o único título da temporada no ATP 250 de Estocolmo. No entanto, resultados como as semifinais dos Masters 1000 de Paris, Xangai e Cincinnati, além das quartas em Wimbledon e Roland Garros, levaram Melo a ocupar a 17ª colocação no ranking mundial.

Com 29 anos, ele pode ser considerado jovem entre os principais duplistas, já que astros como os irmãos gêmeos norte-americanos Mike e Bob Bryan (34), o canadense Daniel Nestor (40), o indiano Leander Paes (39) e o bielorrusso Max Mirnyi (35) formam o atual top-5 do ranking mundial.

Com dez títulos, os ex-parceiros Cássio Motta e Carlos Kirmayr, integrantes do top-10 nos anos 1980 e com participação na antiga Masters Cup, estão na iminência de serem superados por Marcelo Melo e Bruno Soares, que já têm as mesmas dez taças.

"Passar grandes nomes como Motta e Kirmayr para mim é um feito impressionante. Os dois foram excelentes jogadores. Estar perto deles ou com mais títulos é um reconhecimento de uma boa carreira", disse Melo, acompanhado por Soares.

"Quando você começa a colocar o seu nome na história do esporte e vê que está ao lado de feras como Cássio Motta e Carlos Kirmayr, sente uma satisfação muito grande. Espero que eu e o Marcelo possamos estender isso nos próximos anos", afirmou.

Melo chegou a fechar a temporada de 2008 em 19º, mas agora se vê no auge. "Estou no melhor ranking da carreira e com muito mais experiência. Venho evoluindo a cada dia. Esse ano foi muito importante para a minha carreira. Os resultados com certeza vão melhorar ainda mais meu nível de jogo para os próximos anos", disse.

Nascidos em Belo Horizonte, Marcelo Melo e Bruno Soares se conhecem desde a adolescência. Ainda que não formem mais uma parceria fixa, ambos jogaram juntos algumas vezes de forma bem sucedida em 2012: foram campeões do ATP 250 de Estocolmo, ganharam duas partidas na Copa Davis e alcançaram as quartas das Olimpíadas (oito triunfos em nove duelos).

"Todas as mudanças têm um lado bom e um lado ruim. Eu e o Marcelo conseguimos aproveitar o lado bom da mudança. Corremos atrás de novos desafios e provamos que jogamos muito bem tanto juntos quanto separados. Temos um entrosamento eterno e nada impede que a gente retome a parceria", disse Soares.
 

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