(Sebastiaan Rozendaal/Quick Comunicação)
Reza a lenda no automobilismo que os circuitos preferidos de um piloto são aqueles sinônimos de boas lembranças e resultados. Se é mesmo o caso, nada melhor do que o palco da quinta etapa da Fórmula 2 para que o mineiro Sérgio Sette Câmara deixe para trás a decepção da rodada dupla passada, nas ruas de Baku (Azerbaijão) e some os primeiros pontos no ano.
Afinal, o retrospecto do piloto de Belo Horizonte nos 4.318m do Red Bull Ring, em Spielberg (Áustria) é marcado, nas duas etapas que disputou pelo Europeu de Fórmula 3 (2015 e 2016), por um pódio, uma largada em terceiro lugar e uma volta mais rápida – o traçado é veloz, com variações de altitude e freadas fortes.
“Adoro a pista e realmente tenho ótimas lembranças dela da F-3”, destaca o mineiro, único representante brasileiro, na temporada, na categoria de acesso à Fórmula 1, animado com o fato de estar cada vez mais familiarizado ao Dallara-Mecachrome da equipe holandesa MP Motorsport e seus 612 cavalos, além das novidades que encarou no campeonato, como os pitstops e a necessidade de lidar com o desgaste dos pneus.
Na trave
Evolução que ficou clara em Baku: mesmo sendo a primeira visita de Serginho à cidade do Azerbaijão, ele chamou a atenção desde os treinos livres, em que estabeleceu a quarta melhor marca. Na tomada de tempos tiveram início os contratempos: quando vinha em sua volta lançado, o mineiro acabou prejudicado por um acidente que levou a direção de prova a mostrar a bandeira vermelha e interromper a sessão.
Mesmo largando do meio do grid, em 11º, ele fez uma corrida agressiva e aparecia em oitavo, pressionando o sétimo e o sexto colocados, quando outro acidente provocou o encerramento da corrida quatro voltas antes do previsto.
Pelas regras da F-2, o resultado, além dos primeiros pontos no campeonato, daria a Serginho a pole na segunda prova do fim de semana (as posições nas quatro primeiras filas são invertidas), mas ele foi um dos vários pilotos penalizados por, segundo a direção de prova, não ter diminuido a velocidade o suficiente em um trecho de bandeiras amarelas.
Obrigado a sair da sétima fila no domingo, mais uma vez o mineiro conseguiu se recuperar, apesar da menor duração da corrida (diferentemente do primeiro desafio da rodada dupla, não há parada para a troca de pneus) e, literalmente, bateu na trave, recebendo a bandeirada em nono, com pontos para os oito primeiros.
“Tive um carro confiável e veloz, consegui mostrar segurança na disputa por posições, espero que também seja o caso na Áustria mas, desta vez, ao longo de todo o fim de semana”, comentou.