(GIAZI CAVALCANTE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)
O Atlético do técnico Roger Machado "gosta" de repetir roteiros. Ganha fora, perde em casa. Encerrando um período de 15 anos de invencibilidade, o Galo perdeu para o Bahia por 2 a 0 na noite desta quarta-feira (19), no Horto, pela 15ª rodada do Brasileirão. Jamais o time alvinegro perdeu tantos pontos no Independência pelo torneio de pontos corridos. Já são 16, e contando....
Desde 2002, o Galo não sabia o que era perder para o tricolor de Salvador. Conseguiu nesta quarta, e de maneira vergonhosa, na visão da torcida. Primeiro, sofreu gol de pênalti. Depois, viu Jean parar quatro chutes à queima-roupa e o mesmo Juninho, que fez o gol de pênalti, decretou as vaias, xingamentos e revolta da Massa ao acertar um lindo chute de fora da área.
OUTRO PÊNALTI E TRAVE SALVA
Quando o atacante Fred erra dois gols praticamente na pequena área, com muito mérito do goleiro adversário, é que o jogo do Atlético será contado por elementos atípicos. Mas não foi o que aconteceu no primeiro tempo no Independência. Acontecimentos já contumaz para o Galo no Brasileirão foram observados,
Primeiro, o ataque cansava de cruzar bolas na área, com o Bahia povoando o meio de campo e só dando espaço para os pontas, principalmente Marlone. Só que o time de Salvador também atacava na velocidade do meia Zé Rafael e o armador Vinícius.
Num lance de bola aérea defensiva para o Atlético, a bola foi mal afastada por Fred, Zé Rafael fingiu que iria chutar, cortou o camisa 9 e foi atingido pelo atacante. Mais um pênalti contra o Galo no Brasileirão, que detém uma média de dar "inveja": sete em 15 rodadas.
Juninho, desta vez, não deu chances para o goleiro Victor se consagrar. Bateu firme, rasteiro, no canto. Outra vez, o Galo saia atrás do placar no Independência pelo Brasileirão.
Mas não faltou chances para o alvinegro empatar e até mesmo virara a partida ainda nos 45 minutos iniciais. Primeiro, Marlone cruzou rasteiro na entrada da área, pela ponta direita, a bola foi mal rebatida pela zaga baiana e sobrou para Fred. O gol não estava escancarado, mas pedia para ser balançado pelo artilheiro. A bola, entretanto, foi espalmada pelo goleiro Jean e bateu na trave.
Minutos depois, Cazares fez um chuveirinho perfeito na área do adversário, Fred, bem colocado, ficou atrás da marcação e recebeu o passe "limpo". Se jogou para cabecear, mas a finalização saiu fraca, para Jean brilhar novamente, e à queima-roupa.
No fim do primeiro tempo, além do saldo negativo no placar, o Galo já sabia que não poderia contar com o zagueiro Bremer e o goleiro Victor. Ambos receberam o terceiro cartão amarelo e não enfrentam o Vasco. O defensor fez falta dura no começo do jogo e Victor foi advertido após reclamar com a arbitragem em falta sofrida por Marcos Rocha (que voltou ao time e jogou bem).
RECLAMAÇÃO E NOVOS GOLS PERDIDOS
Aos poucos, Roger foi abrindo mão do poder de marcação para superlotar a zaga do Bahia. Colocou Rafael Moura, Luan e Valdívia. Tirou Elias e Rafael Carioca, e também sacou Marlone. Ultraofensivo, o Galo voltou a ser inoperante.
Fred, mais uma vez, teve noite de se esquecer. Se irritou com a arbitragem e companheiros e perdeu mais um gol de cabeça quase na pequena área. O goleiro Jean se consagrou de vez e, repetindo a atuação do santista Vanderlei, caiu por duas vezes no gramado para receber atendimento.
Na segunda queda, o Galo avisou que não faria fair play. Mas de nada adiantou. Luan, que retornou ao time, teve a oportunidade de empatar. Mas a bola cruzada por Cazares foi cabeceada pelo camisa 27 e espalmada pelo herói da noite. O Galo chegou a reclamar de pênalti do ex-alvinegro Tiago Pagnussat, ao dividir bola com Fred e tocar a bola no braço. O juiz mandou seguir.
O Bahia, por sua vez, abriu mão de atacar. Mas nas míseras chances de golper o desprotegido Galo, falhou nos passes. Quase foi presenteado, porém, quando Gabriel cortou um cruzamento para dentro da própria meta e Victor fez uma defesa de pura velocidade de reação. O mesmo Gabriel que minutos antes havia errado uma cabeçada na cara do gol. Quem não errou foi o volante Juninho. Com a marcação longe, acertou um petardo no ângulo de Victor.
Então começou um ingrediente de pura revolta. Torcedores do Galo chegaram a sair do Horto, outros xingaram Roger ('vai tomar no ...'), brandaravam "vergonha" e até gritaram "olé" quando o Bahia trocava passe.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO 0X2 BAHIA
Atlético: Victor; Marcos Rocha, Bremer, Gabriel e Fábio Santos; Rafael Carioca (Luan) e Adilson; Elias (Rafael Moura), Cazares e Marlone (Valdívia); Fred. Técnico: Roger Machado.
Bahia: Jean; Eduardo, Tiago, Lucas Fonseca e Matheus Reis; Matheus Sales e Juninho; Vinícius (Éder), Zé Rafael (Gustavo Ferrareis) e Mendoza; João Paulo (Régis). Técnico: Jorginho.
Gols: Juninho, aos 12'/1ºT e aos 42'/2ºT
Arbitragem: Marcelo Aparecido de Souza, auxiliado por Anderson José de Moraes Coelho e Bruno Salgado Rizo. Trio de São Paulo
Cartões amarelos: Bremer, Victor, Adilson e Fred (CAM); Matheus Reis, Matheus Sales, Vinícius, Jean, Eduardo e Éder (BAH)
Público: 12.177 presentes
Renda: R$ 307.440,00