Defesa do atleta e clube recorrerão da decisão que inclui multa de R$ 60 mil
STJD condena Bruno Henrique por manipulação de jogo. (Gilvan de Souza/ Flamengo)
A 1ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aplicou nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro, suspensão de 12 jogos e multa de R$ 60 mil ao atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por ter forçado o recebimento de um cartão amarelo na partida contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023, segundo investigação da Polícia Federal. O Flamengo e a defesa do atleta vão recorrer da decisão.
O julgamento contou com a leitura da denúncia e do relatório da investigação criminal pelo auditor relator Alcino Guedes, que incluiu transcrições de mensagens trocadas entre Bruno Henrique e seu irmão Wander Nunes Pinto Junior. “O Flamengo reitera seu posicionamento de cumprimento às regras, de reprovação total a qualquer ato de manipulação de resultados. É exatamente por isso que o Flamengo está aqui. Demonstrar apoio ao seu atleta”, afirmou o advogado Michel Asseff Filho durante a defesa.
A sessão incluiu argumentação da defesa sobre a prescrição do processo. O relator Alcino Guedes explicou que a Procuradoria usou 58 dos 60 dias de prazo para apresentar a denúncia. O placar final sobre a prescrição foi 3 a 2, e o mérito do processo foi analisado em seguida.
Como testemunhas, foram ouvidos Daniel Cola, delegado da Polícia Federal responsável pelas operações “Jogo Limpo” e “Sport-Fixing”, e Pedro Lacaz, representante da operadora de apostas KTO. A investigação apontou que Bruno Henrique teria comunicado previamente ao irmão a intenção de forçar o cartão amarelo, possibilitando apostas em benefício de familiares.
Presente de forma virtual, Bruno Henrique fez um breve pronunciamento: “Gostaria de reafirmar minha inocência e dizer que confio na Justiça Desportiva. Jamais cometi as infrações que estou sendo acusado. Meus advogados estão aí e vão falar por mim durante a defesa do processo. Faço questão de mostrar meu respeito e minha total confiança no Tribunal”.
A defesa do atleta solicitou a absolvição de todas as denúncias, reforçando que o clube manteve procedimentos de fair play e orientações sobre regras e mercados de apostas.O Flamengo enviou ao STJD declaração informando que não houve prejuízo esportivo pelo cartão amarelo aplicado ao jogador. “Dentro do planejamento estabelecido pelo clube para a temporada de 2023, o melhor interesse esportivo do Clube de Regatas do Flamengo não foi afetado ou prejudicado na hipótese de o atleta receber, como de fato recebeu, o terceiro cartão amarelo naquela ocasião”, diz o documento lido pelo advogado Michel Asseff Filho.
Bruno Henrique também se tornou réu na Justiça Comum, com processo correndo na 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT), em Brasília, pelo mesmo episódio investigado pela Polícia Federal.
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