Os dez jogos de suspensão impostos ao atacante Luis Suárez pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA) foram considerados um exagero pelo técnico do Liverpool, Brendan Rodgers. Para ele, a entidade puniu "o jogador e não o incidente" ao decretar a pena ao uruguaio, que foi flagrado pelas câmeras de tevê mordendo o zagueiro Ivanovic, do Chelsea, no confronto entre as equipes no domingo, pelo Campeonato Inglês.
"A punição foi contra o jogador, ao invés de ser contra o incidente. Temos uma punição que não ajuda em nada na reabilitação dele, talvez ele precise de um pouco de ajuda", opinou Rodgers. "Estamos chocados e um pouco desapontados. É a severidade o que mais incomoda. É algo que nos deixa bastante desapontados."
Em dois anos no Liverpool, Suárez já colecionou polêmicas e chegou a ser suspenso por oito jogos depois de ser acusado de abuso racial contra Patrice Evra, do Manchester United. Para Rodgers, este histórico pesou para a FA definir a punição ao uruguaio. "A pena não condiz com o que ele realmente fez."
Para basear seu argumento, o treinador lembrou de um caso semelhante ocorrido em 2006, quando Jermain Defoe, do Tottenham, foi flagrado dando uma mordida em Javier Mascherano, então no West Ham. Na ocasião, a FA sequer abriu inquérito disciplinar e o atacante escapou sem punição.
"Um jogador não recebeu suspensão e inclusive continuou sendo convocado pela FA como parte da seleção inglesa. Como você pode imaginar, quando o Luis Suárez recebe uma suspensão de dez partida fica muito, muito difícil para que nós entendamos. Ainda mais para ele", afirmou.
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