(Alberto Pizzoli)
O francês Michel Platini demonstrou otimismo ao deixar audiência na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), na qual tenta reverter suspensão de seis anos imposta pela Fifa. Ele disse ter boas chances de anular a punição sofrida por ter recebido um pagamento de 2 milhões de euros (aproximadamente R$ 7,9 milhões), que foi aprovado pelo suíço Joseph Blatter.
"Estou ainda mais otimista depois da audiência porque, sinceramente, minha equipe [de advogados] é muito boa", declarou o francês, em Lausanne, na Suíça. Platini havia evitado a imprensa na chegada à sede da CAS, pela manhã.
Um veredicto pode ser apresentado na próxima segunda-feira (2), quando membros da Uefa se reunirão em Budapeste, Hungria, na véspera do congresso anual das suas 54 federações de futebol.
O painel de três membros da CAS está julgando o caso de Platini e tem autoridade para até impor um banimento pelo resto da vida por corrupção. Anteriormente, os comitês de ética e apelação da Fifa descartaram a acusação de corrupção e apontaram Platini e Blatter como culpados por conflitos de interesse e deslealdade.
Platini se mostrou ansioso pelo veredicto porque poderá ser o grande anfitrião da Eurocopa, em junho. A competição entre seleções do continente será disputada justamente na França. Além disso, ele pode recuperar suas funções como presidente da Uefa, da qual está afastado desde a suspensão.
"Se eu estiver na presidência da Uefa, eu irei a todos os jogos da Eurocopa", declarou Platini, sem descartar a possibilidade de ter a punição mantida. Neste caso, ele prometeu se afastar de forma definitiva do futebol. "Aí a história terá acabado, absolutamente será o fim. Vai acabar tudo aqui. Meu trabalho como presidente da Uefa e meu trabalho no futebol será encerrado porque será uma suspensão de qualquer atividade relacionada ao futebol."
Platini fora suspenso pela Fifa por causa do pagamento de 2 milhões de euros que recebeu em 2011, mais de dez anos depois do trabalho que realizou para Blatter, como conselheiro, entre 1999 e 2002. A diferença entre o período do serviço e o pagamento levou a suspeitas do Comitê de Ética, que contestou também a ausência dos valores na contabilidade oficial da entidade.
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