(MÁrcio Rodrigues/CBJ/DIVULGAÇÃO)
RIO DE JANEIRO – Ele conquistou a prata olímpica em Sydney-2000 com apenas 18 anos na categoria até 73kg. Oito anos depois, lá estava ele novamente no pódio, com o bronze em Pequim-2008, desta vez lutando entre os atletas até 81kg.
O mesmo tempo se passou desde então e Tiago Camilo chega ao tatame da Arena Carioca 2 disposto a repetir a história. Acima de tudo, luta para conseguir uma façanha inédita na modalidade. Ele quer se tornar o primeiro judoca a ficar entre os três primeiros nos Jogos em três categorias diferentes – atualmente está entre os médios (até 90kg).
Chave difícil
Aos 34 anos, o paulista de Tupã sabe que a terceira medalha será a mais difícil e suada de todas. Atualmente, ocupa o 21º lugar no ranking da Federação Internacional e seu primeiro embate será contra um oponente que, ao menos na teoria, já deve exigir bastante (o sul-africano Zack Piontek, o 23º).
Se avançar, pode ter pela frente na segunda luta o russo Kiril Denisov, sétimo do mundo. E a chave põe em seu caminho nas quartas de final o sul-coreano Donghan Gwak, atual campeão mundial.
Algo que, com a experiência de três Olimpíadas (contundido, não competiu em Atenas-2004), não o amedronta.
Dado por muitos como acabado para o esporte, ele voltou a conquistar resultados de destaque na reta final do ciclo olímpico (venceu o Campeonato Pan-Americano de Cuba este ano), se empenhou na preparação e, na reta final do treinamento do time brasileiro, em Mangaratiba, demonstrava descontração e tranquilidade.
A medalha, segundo ele, pode ter qualquer cor. E, se não vier, a explicação será simples: os rivais foram superiores. A falta de pressão de quem já tem duas medalhas olímpicas no currículo, somada ao foco de um dos mais completos judocas do país, tem tudo para fazer a quarta-feira acabar em festa.