Tolerância zero com indisciplinados faz número de cartões subir em 2015

Henrique André - Hoje em Dia
31/05/2015 às 09:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:17

O número de cartões amarelos recebidos por Cruzeiro e Atlético nas três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro deste ano é praticamente igual ao mesmo período da temporada passada.    No entanto, a análise dos 20 clubes que disputam a competição mostra crescimento significativo no número de advertências: de 127 para 172 cartões. É o que o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF (Conaf), Sérgio Corrêa, chama de “combate à indisciplina”.    Na ponta do lápis, o aumento do número de cartões mostrado pelos árbitros apenas por reclamação foi de expressivos 362%. Segundo a Conaf, “o futebol não pode ser vítima de árbitros fracos ou jogadores, treinadores e dirigentes indisciplinados, cujas condutas inflamem os torcedores nas arquibancadas”.    Para o meia Guilherme, do Atlético, a mudança poderá ser sentida por alguns atletas, pela forma radical como foi implementada, mas é preciso que o jogador procure ser o mais justo possível com o juiz. “Eu não sou de gesticular, bater boca com o árbitro, mas particularmente não vejo problema nisso”, diz o meia. “Manda quem pode, que é o árbitro, e obedece quem tem juízo. Jogador tem que falar menos e jogar mais”, acrescenta.   Para Fábio, goleiro e capitão do Cruzeiro, se os atletas não mantiverem a cabeça no lugar o time é que será prejudicado. “Os árbitros pedem aos capitães antes dos jogos para instruirem os jogadores, que não vai tolerar excessos e irá punir com cartão amarelo”, diz. “Em um jogo competitivo, você acaba perdendo o jogador em um lance desses. É ter calma para não prejudicar a equipe”.   Ainda segundo Fábio, a comissão técnica do Cruzeiro sempre busca conscientizar os jogadores da importância de saber questionar e se posicionar diante dos árbitros.   Assim como os atletas, os treinadores também terão que ficar de olhos abertos e boca fechada. Em caso de expulsão, como ocorreu com Guto Braga, da Ponte Preta – empate por 1 a 1 com o Cruzeiro –, o comandante terá que cumprir uma partida de suspensão.    Outra proibição   A nova determinação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai além das reclamações. Até na comemoração de um gol, o grande momento do futebol, o atleta terá menos liberdade. Se tirar a camisa já era motivo para aplicar o amarelo, subir nas escadas das novas Arenas, que dão acesso às arquibancadas, nem pensar.   O presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF), Giuliano Bozzano, acredita que a medida é válida e tem como meta evitar que acidentes possam acontecer durante as comemorações.    “Num momento de êxtase, como no gol, os torcedores podem se aglomerar para encostar no ídolo e, no calor do ocasião, se ferir”, justifica o também ex-diretor jurídico da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf).

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