(Flávio Tavares/Enviado especial)
RIO DE JANEIRO – Ouro em Londres (2012) e prata no Brasil. O que o ginasta Arthur Zanetti, perito nas argolas, conseguiu em duas Olimpíadas consecutivas é um feito para ser lembrado eternamente.
Ontem, porém, o que foi possível perceber nas cadeiras da Arena Olímpica foi um clima de certa frustração com o segundo lugar do brasileiro.
Apesar de ter o nome gritado pelos milhares de espectadores que coloriram o palco da apresentação de verde e amarelo, a festa com a conquista do paulista de 26 anos foi muito aquém da esperada.
Num esporte cuja representatividade do país anfitrião dos Jogos 2016 é baixíssima, a apresentação de Zanetti deveria ter causado mais comoção no público presente.
“Esta medalha tem gosto especial por ser em casa, e também pelo tanto que eu trabalhei. O problema de muita gente é só julgar o ouro. Estar numa final já é grande coisa”, comentou o ginasta.
“Vocês não sabem o que passei para estar aqui e ganhar essa medalha. Veio a prata, estou muito feliz. É um resultado incrível. Vai ficar na memória”, acrescentou.
Dois pesos
Antes da apresentação do brasileiro, as inesperadas prata de Diego Hypólito e bronze de Arthur Nory, conquistadas no dia anterior, davam indícios de que, mesmo sem repetir o ouro da Olimpíada londrina, o “rei das argolas” arrepiaria a plateia e levaria a torcida à comoção total, como aconteceu com os compatriotas no domingo.
Perfeito no aparelho e com nota 15.766, Zanetti fez a sua parte e ficou atrás apenas do grego Eleftherios Petrounias. O atual campeão mundial, em mais um dia de muita inspiração, somou 16.000 e não pôde ser alcançado.