Trauma argentino: eliminação para o Boca Juniors é mais um golpe no apelido La Bestia

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
05/10/2018 às 02:49.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:48
 (Agência i7/Mineirão)

(Agência i7/Mineirão)

Cruzeiro e Boca Juniors entraram em campo na noite desta quinta-feira (4) para definir o último semifinalista da Copa Libertadores de 2018 com uma enorme bandeira erguida no meio do Mineirão com uma raposa estilizada e a alcunha “La Bestia” em letras garrafais.

Apelido dado ao Cruzeiro pelos chilenos, pelos seguidos sucessos cruzeirenses sobre o maior time do país, o Colo-Colo, nos anos 90, ele não pode ser aplicar quando se trata de mata-mata, pela Libertadores, contra argentinos.

As quartas de final de 2018 foram o sétimo encontro da Raposa com argentinos em confrontos com jogos de ida e volta pelo principal torneio de clubes das Américas. E os cruzeirenses amargaram no Gigante da Pampulha nesta quinta-feira o sexto fracasso consecutivo.

Sim, o Cruzeiro só venceu o mata-mata contra argentinos na Libertadores, e não foi um confronto qualquer. Em 1976, decidiu a competição com o River Plate e levou a melhor no jogo desempate, disputado no Estádio Nacional, em Santiago, e vencido por 3 a 2.

A partir do ano seguinte, quando também foi finalista, contra o Boca Juniors, o Cruzeiro começou a acumular fracassos diante de clubes argentinos em fases decisivas de Libertadores, pois perdeu a final para os xeneizes.

Depois de mais de três décadas, o Cruzeiro voltou a cruzar com o mesmo Boca, nas oitavas de 2008. E foi eliminado, com duas derrotas. Tinha início uma série cruel para os cruzeirenses, pois nos últimos dez anos a Raposa caiu cinco vezes para argentinos na Libertadores, com todas as partidas de volta sendo disputadas no Mineirão e sem nenhuma vitória cruzeirense.

O mais cruel dos resultados foram os 2 a 1, de virada, para o Estudiantes, na decisão de 2009. No novo Mineirão, o Cruzeiro encerrou nesta quinta-feira sua terceira participação em Copas Libertadores. E em todas elas (2014, 2015 e 2018) foi eliminado nas quartas de final, por um clube argentino, com a partida de volta dentro do Gigante da Pampulha.

O foco agora é a decisão da Copa do Brasil. Levantar o hexa, diante do Corinthians, dará ao cruzeirense mais um ano especial, até pelo simbolismo da conquista, pois o clube será  o primeiro a ter seis taças e também a vencer duas vezes de forma consecutiva.

Se isso acontecer, a presença na Copa Libertadores do ano que vem estará assegurada. E também a chance de voltar a ser La Bestia, o que o Cruzeiro não tem conseguido neste século quando se trata da maior competição de clubes das Américas.

CRUZEIRO X ARGENTINOS EM MATA-MATAS DE COPA LIBERTADORES

Ida

21/7

Cruzeiro 4 x 1 River Plate

Mineirão

 

 

Volta

28/7

River Plate 2 x 1 Cruzeiro

Buenos Aires

 

 

Extra

30/7

Cruzeiro 3 x 2 River Plate

Santiago

Ida

6/9

Boca Juniors 1 x 0 Cruzeiro

Buenos Aires

 

 

Volta

11/9

Cruzeiro 1 x 0 Boca Juniors

Mineirão

 

 

Extra

14/9

Boca Juniors 0 x 0 Cruzeiro

Montevidéu

 

 

 

 

Nos pênaltis: Boca Juniors 5 x 4

 

Ida

30/4

Boca Juniors 2 x 1 Cruzeiro

Buenos Aires

 

 

Volta

7/5

Cruzeiro 1 x 2 Boca Juniors

Mineirão

Ida

8/7

Estudiantes 0 x 0 Cruzeiro

La Plata

 

 

Volta

15/7

Cruzeiro 1 x 2 Estudiantes

Mineirão

Ida

7/5

San Lorenzo 1 x 0 Cruzeiro

Buenos Aires

 

 

Volta

14/5

Cruzeiro 1 x 1 San Lorezno

Mineirão

Ida

21/5

River Plate 0 x 1 Cruzeiro

Buenos Aires

 

 

Volta

27/5

Cruzeiro 0 x 3 River Plate

Mineirão

Ida

19/9

Boca Juniors 2 x 0 Cruzeiro

Buenos Aires

 

 

Volta

4/10

Cruzeiro 1 x 1 Boca Juniors

MIneirão

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