(Hoje em Dia)
Uma nova era se inicia oficialmente no Cruzeiro. Na tarde deste sábado (28), o clube apresentou Abel Braga como novo treinador da equipe para a sequência da temporada e com contrato assinado até o final de 2020. Substituindo Rogério Ceni, demitido após 47 dias no comando do time celeste - o ex-treinador acumulou duas vitórias, dois empates e quatro derrotas -, o carioca de 67 anos chega com a missão de livrar a Raposa da zona de rebaixamento do Brasileiro e recolocá-la no trilho das vitórias.
Afastado da função desde o fim de maio, quando pediu demissão do Flamengo, Abel desembarca em Minas Gerais com status de "salvador da pátria" e pagando uma dívida com o Cruzeiro, como ele mesmo diz. No rubro-negro, o ex-jogador do time mineiro (na década de 1980) acumulou em 32 partidas, 19 vitórias, oito empates e cinco derrotas, com 59 gols marcados e 29 sofridos. Além disso, conquistou os títulos da Flórida Cup e do Campeonato Carioca.
"É um momento importante para mim e para a equipe. Todos nós, já me incluo, estamos carregando um peso muito grande no momento e numa posição que não condiz em nada com o tamanho do Cruzeiro", diz Abel, que recebeu de presente a camisa 81, em alusão ao ano em que defendeu o clube.
"Alguma coisa, óbvio, está se passando. Quebrei uma regra minha de nunca pegar trabalho em andamento. Nos últimos 15 anos, eu passei em seis clubes. Eu nunca vim jogar no Mineirão contra o Cruzeiro tranquilo. É um novo recomeço. O terceiro do ano. O torcedor tem que apoiar, porque assim, ele vai ajudar no lado emocional (dos jogadores)", acrescenta Braga, que afirma ser preciso detectar rapidamente o que está acontendo com o grupo celeste para iniciar com o pé direito a caminhada.
Dívida com o Cruzeiro
"Estou extremamente contente. Muitos de vocês não eram nascidos, eu depois de dois anos no PSG, quis voltar ao Brasil e o Cruzeiro abriu as portas para mim; isso em 1981. Sempre ficou essa dívida e a vontade - vontade que por três vezes não se concretizou -, convites feitos pelo Eduardo Maluf. Nesta oportunidade, é como se estivesse pagando alguma coisa. Quero pagar com resultado. Sei o tamanho do clube e o peso da camisa".
Pedido ao torcedor
"O torcedor tem que abraçar a equipe, senão a coisa complica. O maior momento que vivi na carreira foi em 2003, quando estava na Ponte Preta. Quando o juiz terminou o último jogo, ficamos na primeira divisão. Eu prometi que nunca mais passaria por aquilo. E não vamos passar por isso aqui no Cruzeiro".
Relação com os jogadores no passado
"Tenho tido muita felicidade nessa relação comissão técnica/grupo. Meus jogadores sabem que sempre vou olhar nos olhos e falar sempre a verdade. Para a imprensa e para fora eu seguro a onda. Eu queria ter uma semana, mas vou ter um dia. Se tudo aquilo que eu conheço do Cruzeiro, eu acho que não terei problemas para me incorporar ao grupo. Problema zero. Problema maior foi quando peguei o Fluminense em 2011, quando tinham três grupos".
"Já dirigi o Vasco com Edmundo e Romário brigados, e amei trabalhar com os dois. Basta você ter consciência que o clube é muito maior que todos nós".
Esquema tático do Cruzeiro
"O Cruzeiro vai ser ofensivo. Quem não tiver medo de enfrentar o Cruzeiro, é porque a coisa não está bem. O tamanho da camisa é o que vamos resgatar logo. Gosto de jogar com três atacantes".