Tribunal da FIA julga teste secreto entre Mercedes e Pirelli

Gazeta Press
20/06/2013 às 09:19.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:17

Teve início nesta manhã o julgamento do caso dos testes secretos entre Mercedes e Pirelli pelo Tribunal Internacional da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), em Paris. O escolhido para liderar o procedimento foi o inglês Edwin Glasgow, juiz da corte de apelação da FIA e vice-presidente do Conselho Internacional de Automobilismo.

Pela Mercedes estão presentes o chefe Ross Brawn, o coordenador Ron Meadows e o engenheiro de corrida Andrew Shovlin. Já o diretor esportivo Paul Hembery será o representante da Pirelli na corte. Além deles, o chefe da Red Bull, Christian Horner, também compareceu. Williams e Ferrari enviaram representantes legais.

Na sessão, a FIA será a primeira a falar. Na sequência, a Mercedes irá apresentar a sua defesa e, por fim, a Pirelli concederá detalhes sobre o caso. Apesar disso, apenas a equipe alemã poderá ser punida pelo Tribunal. Representante legal da FIA, Mark Howard descartou a possibilidade de quebra de contrato com a fornecedora
italiana.

"Nenhum dos outros competidores de 2013 foram convidados para participar do teste ou observá-lo. Nenhum dos outros competidores de 2013 estava ciente de que o teste aconteceria. Queremos detalhes", explica. "Sem conhecimento, consentimento ou participação de outras equipes, Mercedes e Pirelli podem ter se envolvido em uma
atividade prejudicial à competição", completa.

Segundo Howard, o diretor de prova da Fórmula 1 e delegado da FIA, Charlie Whiting, recebeu ligação informal do gerente da Mercedes, Ron Meadows, no dia 2 de maio -
aproximadamente um mês antes dos testes. Sob os olhares de Ross Brawn, ele questionou sobre a possibilidade do uso do carro de 2013 em um teste com a Pirelli.

Sem saber das condições em que estes seriam realizados, Whiting teria se posicionado positivamente, com o propósito da Pirelli em testas seus pneus. Howard ressalta que o delegado da FIA enviou email para entidade para entender a situação do caso e soube que ele seria legal apenas se a Pirelli convidasse todas as equipes, fato que imediatamente comunicou a Brawn - reiterando que o aceno positivo não se tratava da posição da FIA.

Por conta disso, Howard garante que o fato não altera a ilegalidade do caso e afirma que a FIA acredita que a Mercedes teve vantagem com os três dias de atividades após o GP de Barcelona.

"Rodar com o carro por três dias não significa que a Mercedes mudou o carro. Mas não está descartada a possibilidade de que algum defeito tenha ficado aparente nestes testes e que ela tenha procurado uma solução para ele. Nós diríamos que é difícil dizer que a Mercedes não se beneficiou com o teste", aponta.

O Tribunal pretende anunciar o veredito logo depois da audiência desta quinta, mas isso pode ocorrer apenas na sexta-feira, dependendo da duração do julgamento. Segundo o estatuto da FIA, a Mercedes está sujeita a repreensão, obrigação de fazer algo de interesse público, multa, punição de tempo, suspensão, desclassificação e até mesmo exclusão. A decisão será tomada com a maioria dos votos e o juiz Edwin Glasgow tem o poder de anulá-la.

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