Demitido do Grêmio no início do último sábado, o treinador Vanderlei Luxemburgo concedeu entrevista ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre, para dar mais detalhes sobre sua saída do clube tricolor. Insatisfeito com rumores sobre a causa da rescisão contratual, o experiente técnico, de 61 anos, descartou problemas pessoais com o presidente Fábio Koff e exaltou o trabalho realizado. “Fiquei triste porque o meu projeto era para todo o Grêmio. Tinha montado esse projeto no ano passado. Aí houve a troca da diretoria e apresentei o projeto ao presidente Koff. Ele aceitou e nós tocamos em frente. Passamos por situações difíceis, um período duro, mas que tinha de ser enfrentado. Agora passou essa época”, explicou. Luxemburgo chegou ao Grêmio em fevereiro do último ano, quando o clube ainda era presidido por Paulo Odone. Entretanto, em outubro, Koff venceu o até então mandatário e reassumiu o principal cargo da agremiação gaúcha. Após rumores de demissão, o treinador foi mantido no comando da equipe e ainda ganhou reforços para esta temporada. Buscando atender os desejos do técnico, a diretoria tricolor realizou contratações de peso no início deste ano, como o centroavante Hernán Barcos (Palmeiras), o lateral esquerdo André Santos (Arsenal), o zagueiro Cris (Galatasaray) e o goleiro Dida (Portuguesa). Mesmo assim, Luxemburgo não teve êxito e sucumbiu em todos os torneios que disputou. “O Grêmio está preparado para ser campeão da Copa do Brasil ou do Campeonato Brasileiro. Acontecerão coisas muito boas com o clube nos próximos anos. Foi feita uma preparação. O período duro já passou. Agora o projeto vai começar a dar certo”, completou o treinador, que ainda descartou ter saído para receber multa rescisória. “A multa foi colocada antes, foi discutida antes, foi posta no contrato e foi aceita, e contrato assinado tem de ser cumprido. Isso é normal em qualquer relação de trabalho. Você tem um vínculo e espera que ele seja cumprido pela empresa. A multa foi posta antes, mas não que eu quisesse ganhar alguma coisa com ela, e sim para preservar o meu trabalho”, encerrou.