(Nelson Almeida/AFP/Arquivo)
Em uma rebelião poucas vezes vista na Fifa, a Europa pede o "fim do reinado" do suíço Joseph Blatter na presidência da entidade e o acusa de estar "minando a reputação do futebol". Assim, ficam comprometidos os planos de reeleição do dirigente de 78 anos, que está disposto a tentar mais um mandato no ano que vem.
Durante uma reunião da Uefa com Blatter, nesta terça-feira (10), em São Paulo, dirigentes europeus deixaram claro que a presidência da Fifa não poderia continuar nas mãos do suíço, que desde 1976 está na entidade - como presidente, ele assumiu em 1998, substituindo o brasileiro João Havelange.
Para Lennart Johansson, ex-presidente da Uefa, chegou o momento de Blatter deixar o cargo. Durante a reunião desta terça-feira, os cartolas europeus fizeram o alerta de que ele não terá apoio da Europa e que a reputação da Fifa estava ameaçada por conta de sua gestão.
"Não pode ser que sempre é o futebol que é assolado por casos de corrupção", disse David Gill, dirigente inglês. "Blatter precisa sair", completou.
Na reunião, quem se levantou contra Blatter foi o presidente da Federação Holandesa de Futebol, Michael Van Praag. "A Fifa vai entrar em colapso se ele continuar", disse o dirigente holandês. "Uma reforma da Fifa somente pode ser feita se ele sair. Blatter não é levado a sério e isso não é bom nem para a Fifa e nem para o futebol mundial. Ele não pode mais continuar a reinar."
Após o discurso do holandês, Blatter não escondeu sua irritação. "Não vou me demitir hoje", respondeu o suíço, que busca apoio para tentar mais um mandato.
Enquanto isso, os europeus aguardam a decisão de Michel Platini, atual presidente da Uefa, sobre uma eventual candidatura à Fifa. "Eu só vou tomar uma decisão em setembro", já disse o ex-jogador francês.
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