Um mês após amistoso com Brasil, pai de Kevin ainda espera doação

Gazeta Press
08/05/2013 às 08:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:30
 (Reprodução)

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O amistoso entre Bolívia e Brasil, realizado no dia 6 de abril, proporcionou uma renda de R$ 1,087 milhão à Federação Boliviana de Futebol (FBF). Na semana seguinte ao jogo, a entidade prometeu doar cerca de R$ 42 mil (3,9%) à família de Kevin Beltrán Espada, mas ainda não cumpriu.

"Até agora, não recebemos nada. Divulgaram o valor que seria destinado à minha família dias depois do amistoso, mas ainda não nos pagaram. Não é possível que eles prometam e não cumpram", protestou Limbert Beltrán, pai de Kevin, em entrevista à Gazeta Esportiva.net.

O garoto de 14 anos foi atingido de forma fatal por um sinalizador disparado pela torcida do Corinthians no jogo com o San José, pela Copa Libertadores, no dia 20 de fevereiro. Há um mês, Bolívia e Brasil se enfrentaram em Santa Cruz de la Sierra em um amistoso que causou atrito entre dirigentes dos dois países.

José Maria Marin, presidente da CBF, chegou a anunciar que a renda seria destinada aos familiares de Kevin, mas recuou diante do protesto de Carlos Chávez, mandatário da FBF, que recebeu a arrecadação. A entidade ainda ficou com o poder de determinar a porcentagem a ser doada aos parentes do garoto e aos campeões do Sul-americano de 1963.

Além de não ter efetuado o repasse, de acordo com Limbert Beltrán a FBF nem sequer entrou em contato para tratar do assunto. Inconformado, o próprio pai de Kevin telefonou para Alberto Lozada, secretário executivo da entidade, há pouco mais de uma semana."Ele me tratou com frieza e falou: 'foi você que nunca nos procurou'. Eu disse que esperava, pelo menos, um telefonema para oficializar a doação à minha família. Ele ficou de averiguar e eu disse que ligaria de novo em breve, mas ele me interrompeu e falou que telefonaria quando tivesse novidades. Até agora, nada", contou Limbert.

Com o bom relacionamento com Marin mantido, Chávez veio ao Brasil para comemorar os 81 anos do dirigente brasileiro, completados na última segunda-feira e, de acordo com o site oficial da FBF, retornaria à Bolívia na noite de terça. À GE.net, Alberto Lozada prometeu resolver o assunto após a chegada do mandatário e procurou justificar a demora.

"As normas da FBF não permitem que a entidade doe recursos econômicos a terceiros. Esse é o problema. Quando o presidente retomar suas funções depois da viagem ao Brasil, vamos tratar desse tema", afirmou. Questionado se o repasse seria efetuado ainda no mês de maio, Lozada não mostrou convicção: "eu acho que sim".
 

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