(MAURíCIO RUMMENS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO)
O ex-presidente Daniel Nepomuceno, quando anunciou a venda de Lucas Pratto ao São Paulo em fevereiro de 2017, a classificou como "a segunda maior da história do clube". Resumidamente, o Galo vendeu 50% do jogador por 6,2 milhões de euros, e também negociou os outros 45% de forma parcelada ao Tricolor paulista, totalizando mais de R$ 40 milhões.
Entretanto, o Atlético ainda não recebeu as cifras correspondentes aos direitos econômicos do atacante ainda em sua posse. O Hoje em Dia apurou com pessoas ligadas à negociação que o SPFC tem a "obrigação" de comprar o resto de Pratto num prazo até o fim de 2019/início de 2020, em três parcelas anuais de 15%.
Sendo que o prazo para a compra da primeira parcela vencerá em 31 de março deste ano.
E as duas primeiras fatias de 15% estão avaliadas em 1,5 milhão de euros, sendo que o Atlético receberá, no final, pouco mais de 11 milhões de euros por 95% de Pratto (os outros 5% pertencem ao Supermercados BH).
Assim sendo, os valores globais da mudança de lar do atacante proporcionará ao Atlético um venda só abaixo da de Bernard ao Shakhtar Donetsk (2013) por 25 milhões de euros. Além disso, foi a segunda maior transferência doméstica do futebol brasileiro, só atrás da ida de Leandro Damião ao Santos em 2014 (R$ 41,6 milhões).
"Vocês sabem que eu não falo de valor, mas já antecipo que é a segunda maior venda do clube. Chegou de surpresa para ambos, porque estavam encerradas praticamente todas as janelas. Essa proposta não é inferior, ela deixa aberto qualquer negociação futura o Atlético também irá receber", disse Nepomuceno, na coletiva que anunciou a despedida de Pratto do Galo.
RIVER DE OLHO, GALO TAMBÉM
Uma outra alternativa de receita do Galo é o camisa 14 ser negociado, assim, o alvinegro receberia os 45% que ainda detém e ativaria a cláusula de "mais-valia". Tal mecanismo presente no contrato de venda do Pratto prevê a participação do Atlético no lucro que o São Paulo obtiver em caso de negociar o jogador (a diferença entre quanto investiu - 6,2 milhões de euros - e quanto irá receber numa futura proposta).
Mas a participação do Galo nesta mais-valia não tem um percentual fixo. Ela varia de acordo com três fatores: a janela na qual o São Paulo decidir negociar Pratto, o mercado para o qual o jogador será vendido e o preço que o SPFC receberá.
Exemplificando, se Lucas Pratto realmente acertar com o River Plate (que pretende pegar 10 milhões de dólares segundo informações da imprensa argentina), o Atlético terá um percentual "x" da "mais-valia". Se o Urso for para o México, é y% da mais-valia, se for para China, é outro %.
Isso também vale para a proposta recebida. A porcentagem do Atlético mudará se a proposta for de R$ 10 milhões de euros, e é outro se for de 15 milhões de euros.
Tudo isso para evidenciar um fato: o contrato de venda do Atlético para o São Paulo foi bastante elaborado, e foi produzido durante três dias, precisando ser acessado de forma minuciosa para entender todas as cláusulas presentes na transferência.