Vexame: Atlético martela, mas fica no 0 a 0 e é eliminado pelo Wilstermann da Libertadores

Um chute mal executado aos 44 minutos do segundo tempo, produzido pelo pé direito do jogador mais criticado do Atlético, decretou que a noite desta quarta-feira (9) surge como o ápice da crise do Galo em 2017. Sem conseguir fazer gol, a equipe mineira foi eliminada pelo Jorge Wilstermann na Libertadores.

Precisando vencer por 1 a 0 para ao menos levar a disputa aos pênaltis, o Galo ficou no 0 a 0  no Mineirão pelo jogo de volta das oitavas, numa eliminação negativamente histórica, sem conseguir balançar as redes dos bolivianos em 180 minutos de disputa.

PASSES LONGOS E FORMATAÇÃO ESTRANHA

Com a necessidade de reverter a derrota de 1 a 0 no jogo de ida, o Atlético foi praticamente solista na partida. No primeiro tempo, criou chances para fazer o placar da classificação. Mas ou os atacantes exageravam no chute, ou a arbitragem barrava o Galo,

Com uma formatação estranha no meio de campo, no qual Elias e Luan avançavam na direita, Adilson ia para o centro ocupar a vaga de Cazares e o equatoriano tentava fazer algo na esquerda, o Atlético assustou, mas deixou a etapa inicial com a torcida ainda mais preocupada.

Enquanto o Wilstermann só chegou com dois chutes de longe do brasileiro Serginho e num contra-ataque pelas costas de Fábio Santos cujo o cruzamento ninguém aproveitou, o time da casa teve a posse de bola massacrante.

Cazares recebeu lindo lançamento de Léo Silva, por trás da zaga, mas chutou forte na saída do goleiro. Antes, Luan (que não foi bem, perdendo muitas bolas) havia ganho um presente da defesa boliviana e, de cabeça, errou o alvo com o gol praticamente aberto. Fred pouco apareceu, mas reclamou de pênalti e fez um gol anulado, mas que estava em posição regular.

O Wilstermann cansou de fazer cera, com jogadores caindo no gramado para receber atendimento, demorando a bater laterais e tiros de meta e foi presenteado, quando o árbitro acrescentou apenas dois minutos na etapa inicial.

NO SACRIFÍCIO

No intervalo da partida, Micale tornou o Atlético mais ofensivo. Tirou Adilson, perdido taticamente, para colocar Valdívia. Mas foi outro meia-atacante que quase brilhou minutos depois. Luan, ainda mal no jogo, cabeceou de costas uma falta cobrada por Cazares e achou a trave do goleiro Olivares.

A torcida do Galo logo se animou, mas o excesso de cruzamentos facilitava a ação da defesa do Wilstermann. Faltava o capricho, principalmente quando um espaço era criado no centro do campo. Foi o que Cazares cometeu de pecado, ao tentar um chute colocado quando Fred estava livre para receber.

Se acertou a trave, Luan deixou o gramado com saldo negativo. Perdeu nova bola no ataque e se esticou todo para impedir o contra-ataque dos bolivianos. Desabou no campo e foi prontamente substituído.

Robinho, que foi vaiado recentemente pela torcida, entrou no lugar do "maluquinho" e, desta vez, teve o nome fortemente gritado pela Massa antes de participar da partida. O jogador conseguiu fazer uma boa jogada, quando carregou a bola pelo meio, serviu Elias, que tocou para Rocha, mas o cruzamento foi na mão do goleiro.

Elias, por sinal, neste momento já estava pregado em campo, cansado, sem correr nos contra-ataques. Outo que deu sinais de estar "morto" foi o atacante Fred. Voltando de lesão, com os meiões arriados, não conseguia encaixar as jogadas, seja uma finalização de esquerda, ou um cruzamento rasteiro "às cegas".

Aos 35 minutos do segundo tempo, o Atlético era "todos ao ataque", com Otero no lugar de Elias. Mas nada adiantava para um time que só conseguia cruzar bolas no aperto, consagrando o brasileiro Alex Silva (zagueiro) e o goleiro Olivares.

O Galo dá adeus à Libertadores nas oitavas de final, sem conseguir fazer nenhum gol em 180 minutos numa equipe que brigou para não cair no último Campeonato Boliviano que disputou. Gritos de "vergonha" não faltaram para um momento delicado e negro do clube alvinegro.

FICHA DO JOGO
ATLÉTICO 0X0 JORGE WILSTERMANN

Atlético: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gabriel e Fábio Santos; Rafael Carioca, Adilson (Valdívia) e Elias (Otero); Luan (Robinho), Cazares e Fred. Técnico: Rogério Micale

Jorge Wilstermann: Olivares; Morales (Cardozo), Alex Silva, Zenteno e Aponte; Saucedo e Machado; Bergese (Chávez), Ortiz e Serginho; Alvaréz (Pedriel). Técnico: Roberto Mosquera

Arbitragem: José Argote; Carlos Lopes e Luis Murillo; trio da venezuela
Cartões amarelos: Saucedo, Chávez e Olivares (WIL); Marcos Rocha (CAM)
Público: 36.018 presentes
Renda: R$ 955.610, 00