Vice do Atlético rechaça dívida com Cuca e revela que Kalil abriu mão de multa na saída do técnico

Henrique André
@ohenriqueandre
28/04/2020 às 11:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:22
 (LEVI BIANCO/BRAZIL PHOTO PRESS/AE)

(LEVI BIANCO/BRAZIL PHOTO PRESS/AE)

Em entrevista ao portal Fala Galo, concedida nesta segunda-feira (27), o técnico Cuca voltou a falar sobre uma suposta dívida que teria a receber do Atlético, relacionada a premiações e os últimos meses de trabalho no clube, em 2013, mesmo após proposta de parcelamento. “Eu parcelei em dez vezes e não recebi nenhuma, mas não faz mal. Nem ligo para isso daí”, disse.

Contudo, pelo menos para a diretoria do alvinegro, a dívida jamais existiu. De acordo com Lásaro Cândido, vice-presidente e diretor jurídico do Atlético, as partes estão quites, já que, quando trocou o clube pelo Shandong Luneng, da China, Cuca recebeu "perdão importante" do então mandatário Alexandre Kalil.

"Não trabalho em parte financeira do clube e nunca tive acesso, mas posso assegurar que o Atlético abriu mão de uma multa que ele tinha que pagar ao clube. Ele havia renovado - houve um acerto verbal antes da viagem ao Marrocos - e o clube abriu mão desta multa que ele tinha que pagar. Estamos quite. A multa dele, inclusive, era muito maior", revela o dirigente ao Hoje em Dia.

"Ainda que fosse um acerto verbal, ele já tinha acordado.  Me lembro dele pedindo o Alexandre para abrir mão da multa. O que ele sempre fala sobre 'dívida do Atlético' está prescrito. Não há ação em trâmite. Não tem nada. Ficou lá em 2013 e já estamos em 2020. Queria que o Cuca lembrasse do Atlético pelas conquistas e também pelas pessoas. Eu o amparei inúmeras vezes. Se não fosse isso, inclusive, ele tinha saído antes da final (da Libertadores)", acrescenta. 

Ainda durante a entrevista via Youtube, Cuca foi além no assunto. De acordo com o técnico, o valor que, para ele, deveria receber do Atlético "não é o mais importante".

"Se fosse o mais importante, eu teria entrado na Justiça contra o Galo e não fiz isso. Jamais faria, pois ia estar passando por cima do meu coração, da minha história e o dinheiro não é o mais importante. O dinheiro compra algumas coisas, mas o que nós fizemos aí, ninguém vai comprar nada, então esqueça dinheiro. Nem penso nisso daí (dívida). Me deve nada, acabou”, finalizou.

Relação além do profissional

Incomodado com o assunto, várias vezes alimentado pelo treinador, Lásaro Cândido revela à reportagem a ligação extra-campo que tinha com o comandante do inédito título da Libertadores.

"Respeito o Cuca e gosto dele. Como pessoa, como profisisonal, etc. Ele não pode negar que aqui no Atlético, ele teve muito apoio e acompanhamento constante. Eu, várias vezes,  fui ao CT, dei apoio em momentos dramáticos que ele pretendia até ir embora antes da conquista" relata Cândido.

"Ele não pode ser injusto e não reconhecer isso. Ele pediu demissão após um jogo em Sete Lagoas; o segurei ele pelo braço. Ele foi no banheiro e eu corri atrás. Ele deve ter uma gratidão por quem o acompanhou e o ajudou", foi além o dirigente.

Ainda de acordo com Lásaro, ele precisou ir inúmeras vezes à Cidade do Galo, em sábados à noite, para "contornar situações".

Atuei decisivamente nestes casos, ajudando. Até pagar promessa caminhando no Santuário Pai Eterno, eu fiz.. com ele e Maluf. Caminhamos 23km", finaliza. O trio "pagou promessa" após escapar do rebaixamento, em 2011.Arquivo Pessoal / N/A

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