O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), John Coates, se manifestou de forma dura nesta terça-feira (29) para criticar a preparação do Rio para a Olimpíada de 2016. O dirigente australiano qualificou a mesma como "a pior" que já viu para uma edição dos Jogos, mas assegurou que não há um "plano B" ao assegurar que a grande competição, de fato, acontecerá na capital fluminense.
No último dia 10, o COI anunciou uma verdadeira intervenção na preparação do Rio para poder assumir parte significativa do comando das obras do evento, com a contratação até mesmo de uma consultoria independente que irá avaliar diariamente o andamento dos trabalhos. A decisão ocorreu depois que o presidente da entidade, Tomas Bach, passou a ser pressionado por federações esportivas que denunciaram atrasos preocupantes.
E, nesta terça-feira, durante fórum realizado em Sydney, na Austrália, Coates afirmou que o COI foi obrigado a promover medidas "sem precedentes" junto ao Comitê Rio 2016 para que as obras sejam concluídas dentro dos prazos estabelecidos. Ele enfatizou que a entidade precisou criar uma força-tarefa especial porque "a situação era crítica" na preparação para a Olimpíada.
"O COI adotou uma postura de 'mãos na massa', o que é sem precedentes (na história da entidade), mas não há plano B. Nós estamos indo para o Rio", afirmou o dirigente, que depois acrescentou: "Nós temos ficado muito preocupados, eles (organizadores dos Jogos) não estão prontos de muitas formas. Temos de fazer isso (o evento) acontecer e essa é a abordagem do COI, você não pode fugir disso".
As declarações de Coates foram reproduzidas por meio de um comunicado divulgado pelo Comitê Olímpico Australiano (AOC, na sigla em inglês), no qual ele ainda comparou a situação do Rio com a vivida por Atenas em sua preparação para a Olimpíada de 2004.
"Acho que a situação é pior do que em Atenas. Até agora, os preparativos da capital grega haviam sido os piores que eu já vi", afirmou Coates, que já realizou seis viagens ao Rio como responsável pela comissão coordenadora do COI que supervisiona a preparação da capital fluminense.
Embora a preparação de Atenas tenha sofrido com atrasos, os gregos conseguiram entregar os locais de competição e as obras de infraestrutura dentro do prazo estabelecido pelo COI, que neste mês anunciou uma série de medidas para acelerar a organização dos Jogos. Entre elas está a criação de um comitê organizador formado não apenas por dirigentes brasileiros, mas também por membros do governo do País e do COI. Outra medida será a designação de Gilbert Felli, diretor executivo do COI para Jogos Olímpicos, para viajar de forma regular ao Rio para controlar a situação.
Tomas Bach ainda revelou, no último dia 10, que o COI contrataria um administrador de projetos para acompanhar diariamente as obras no Rio, algo inédito em um evento olímpico. Para completar, três grupos de trabalho seriam formados para estudar cada um dos aspectos do evento.
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