Vice do Galo usa analogia para explicar contratações em meio à crise: 'se parar, desmonta'

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
07/06/2020 às 14:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:42
 (Montagem sobre fotos de Rosiron Rodrigues e Independiente Del Valle)

(Montagem sobre fotos de Rosiron Rodrigues e Independiente Del Valle)

Montagem sobre fotos de Rosiron Rodrigues e Independiente Del Valle 

 "Devo não nego, pago quando puder". Esse ditado serve para explicar a situação atual de praticamente todos os clubes brasileiros, alguns em situação mais críticas que outros, inclusive, porém até mesmo os bastante fragilizados financeiramente seguem o manual das contratações milionárias. Caso do Atlético, por exemplo. A pergunta que muitos fazem é: como consegue contratar se está sem dinheiro?

Coube ao vice-presidente jurídico atleticano, o advogado Lásaro Cândido da Cunha, explicar o atual momento do Galo. É como o clube, mesmo sofrendo com os fortes impactos das perdas de receitas pela pandemia do coronavírus, demitindo funcionários e com salários atrasados, segue "gastando" com contratações vultuosas.

“Estamos em um momento dramático, porque, realmente, as receitas acabaram. Mas é aquela velha história da bicicleta: se parar, desmonta. Então, sendo transparente, e com as conversas que tive com o Sérgio (Sette Câmara, presidentedo Atlético) e o Alexandre (Mattos, diretor de futebol), as explicações estão sendo muito transparentes”, justificou Lásaro em bate-papo com a turma do site FalaGalo, no Youtube.

O momento financeiro do Atlético é ruim. Com o término do último mês o clube acumulava pendências salariais com funcionários e jogadores (dois meses de atraso, abril e maio), além de outros direitos não pagos no prazo legal (imagem dos atletas, por exemplo). Mesmo assim o clube anunciou a contratação dos meio-campistas Alan Franco, de 21 anos, e Léo Sena, de 24 anos.

Só com Alan Franco mais de R$ 6 milhões foram gastos, valores pagos ao Independiente Del Valle, do Equador. Léo Sena, que teve 80% de seus direitos adquiridos, custou mais R$ 4 milhões. Fora outros milhões gastos nas contratações de Allan e Ramón Martínez, por exemplo. 

E além do que já foi gasto há previsão de mais investimentos. É que o clube tenta a contratação do jovem Marrony, do Vasco. Assim como nos outros negócios, parceiros devem ser o "porto seguro" alvinegro na operações financeiras. 

“Se o clube tivesse tirado o dinheiro do salário para contratar, não teria ambiente. Aí não tem jeito. Mas não é o caso. O jogador sabendo disso, e hoje estão muito mais esclarecidos, sabem tudo que está acontecendo, ele não precisa ter medo, ele vai receber, o Atlético tem condição (de pagá-lo)”, justifica Lásaro garantindo transparência entre diretoria e grupo de jogadores.

Mesmo com a crise grave e os números negativos registrados em balancetes financeiros, Lásaro diz que é preciso manter o nível do time pelo menos no grau "razoável". 

“Acho que temos que ter responsabilidade nessa hora, mas também não podemos desmanchar o nosso principal ativo, que é o futebol, que temos que ter em um nível pelo menos razoável, compatível com nossa história. Isso é importante, e equilibrar isso que é difícil”, explicou. 

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