Vingança motivou morte de torcedor no Recife, diz advogado

Agência Estado
08/05/2014 às 17:33.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:30
 (Carlos Ezequiel Vannoni/JCM/Fotoarena/Folhapress)

(Carlos Ezequiel Vannoni/JCM/Fotoarena/Folhapress)

O funcionário público Luiz Cabral Araújo Neto, de 30 anos, confessou na tarde desta quinta-feira que arremessou um vaso sanitário do alta da arquibancada do Estádio do Arruda, em Recife, com a intenção de atingir Mario de Azevedo Marinho, presidente da torcida organizada Jovem, do Sport, com quem tem uma rixa pessoal. Um dos vasos atingiu e matou o torcedor rubro-negro Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 26 anos, após o jogo entre Santa Cruz e Paraná, no dia 2, em rodada da Série B.

A informação foi divulgada nesta quinta por Carlos Alberto Rodrigues Lima, advogado de Luiz Cabral. Segundo Rodrigues Lima, seu cliente já havia brigado com Marinho na saída de um jogo entre o Santa e o Sport há duas semanas. O confronto deixou marcas no rosto e na cabeça de Luiz Cabral. "Havia um desejo de vingança", afirmou o advogado.

Segundo ele, seu cliente teria visto Marinho no estádio, o que o teria estimulado a agir com os outros dois rapazes. Um deles, Everton Felipe Santiago de Santana, 23, seu amigo é também integrante da torcida organizada do Santa, a "Inferno Coral". Everton está preso desde a segunda-feira. O terceiro envolvido ainda está foragido.

Juntos, os três arrancaram dois vasos sanitários do banheiro feminino e os arremessaram da arquibancada para o lado externo do Estádio do Arruda. Segundo o advogado, Luiz Cabral tem "desequilíbrio mental" e toma remédio controlado por indicação psiquiátrica. No dia da agressão, ele não havia tomado a medicação naquele dia e havia bebido muito durante o jogo. "Ele estava tresloucado".

Depois do crime, os três teriam saído correndo. Luiz Cabral não se escondeu, de acordo com o advogado. Foi para a casa dos pais, no bairro de Ouro Preto, no município metropolitano de Olinda, onde também mora a família de Everton. Depois seguiu para o Rio Grande do Norte, onde mora na cidade de Passa e Fica.

Ele foi preso no início desta manhã no município potiguar de Monte das Gameleiras, onde trabalha, a 22 quilômetros de Passa e Fica. Oito policiais da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil pernambucana participaram da operação. Ele trabalha no posto de saúde da família e havia ido ao hospital da cidade pegar medicamento controlado quando foi detido pela polícia.

Rodrigues Lima teme pela vida de Luiz Cabral, que depois de depor na Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), seria transferido para o presídio Cotel, no município metropolitano de Abreu e Lima. "Já tenho informação que presidiários torcedores do Sport querem se vingar dele", afirmou o advogado, que iria solicitar que o rapaz fique afastado dos outros presos. O primeiro suspeito preso, Everton, ocupa uma cela isolada, com outros 11, acusados de estupro e agressões contra os pais.

A polícia confirmou nesta quinta-feira a versão do advogado de Everton Felipe, Adélson José da Silva, de que ele teria arrancado os vasos, sem atirá-los, o que teria sido feito pelos outros dois. Já Rodrigues Lima disse que os três teriam arremessado os vasos sanitários.

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