(Vinnicius Silva/Cruzeiro)
“Se não for sofrido, não é...”. A frase traz imediatamente à mente o maior rival, que a transformou em um mantra quase tão poderoso quanto o “Eu acredito” mas, em se tratando da Copa do Brasil, se aplica perfeitamente ao Cruzeiro.
Se levantou o troféu da competição nos dois últimos anos e está entre os semifinalistas da atual edição, a Raposa sob o comando de Mano Menezes vem numa sequência que tem testado os nervos do torcedor. Com direito a placares apertados, vantagens conseguidas como visitante desperdiçadas em casa e, por quatro vezes, necessitando das penalidades, e do desempenho impressionante de Fábio nessa circunstância para avançar.
O desfecho de mais um mata-mata com o Atlético, quarta-feira, no Horto, foi apenas o mais novo capítulo de uma trajetória vitoriosa, mas sofrida. Os 3 a 0 so bre o alvinegro no confronto de ida, no Mineirão, por pouco não se mostraram insuficientes para seguir rumo ao hepta.
Facilidade mesmo, nos últimos três anos, apenas diante do modesto Murici-AL, numa edição em que o time celeste teve de disputar todas as fases da competição (não se classificou à Libertadores).
Bem verdade que, jogando a partir das oitavas, a equipe do Barro Preto normalmente teve pela frente rivais igualmente qualificados – seis outros campeões da Copa do Brasil –, mas, em alguns casos, poderia ter sido mais fácil.
O melhor exemplo é o do confronto das quartas de final da competição em 2018, diante do Santos. Na Vila Belmiro, a Raposa venceu o Santos com gol do hoje são-paulino Raniel para, duas semanas depois, ser superada por 2 a 1 pelo Peixe. Numa de suas noites mais inspiradas, Fábio defendeu as três penalidades cobradas pelo time paulista.
Este ano, se tecnicamente a equipe é muito mais qualificada do que o Fluminense, já havia dependido dos tiros da marca de 9,20m para se garantir no Mineirão, depois de um gol incrível do menino João Pedro nos descontos, de bicicleta, quando o tricolor atuava sem zagueiros e totalmente exposto.
Questionar a eficiência de um estilo de jogo que levou o time estrelado a quatro semifinais consecutivas – e que ganhou a alcunha de “Manobol” seria equivocado.
Ao que tudo indica, o torcedor não se incomoda com a cota de unhas roídas, palpitações e momentos de angústia, desde que seja para continuar vencendo. E tem duas semanas para se preparar para mais um duelo que promete novas e fortes emoções.CLIQUE PARA AMPLIAR