Um dia depois de informar à imprensa que não permaneceria no Flamengo, Zinho deu uma entrevista coletiva nesta sexta-feira para explicar os motivos que o levaram a essa decisão. O agora ex-diretor de futebol revelou que a nova diretoria, que tomou posse na última quinta, queria torná-lo gerente de futebol e cortar pela metade seu salário, o que não foi bem recebido pelo ex-jogador, que preferiu deixar o clube.
"Não estou feliz, gostaria muito de permanecer, continuando o processo que começou em 11 de maio, mas infelizmente as condições de trabalho não seriam as mesmas pelo convite que foi feito pela nova gestão. Nós dialogamos por esse período. Quero deixar claro que não sou eu que não quero ficar, as condições que fizeram isso. Preferi sair até para não manchar tudo de bom que fiz", declarou.
A nova diretoria do presidente Eduardo Bandeira de Mello traz com ela o novo diretor executivo de futebol, Paulo Pelaipe, que ocuparia função semelhante à de Zinho, tirando um pouco o comando do ex-jogador. Ele mesmo admitiu que esse foi o principal motivo para que ele não aceitasse a proposta de continuar no Flamengo.
"Em respeito aos torcedores não aceitei essa nova função. Para a rua, para vocês (imprensa), continuaria com o mesmo comando e não exerceria a mesma função. Não ia ter a caneta para assinar. Não podia aceitar isso. Após tudo que passei, os problemas que administrei, não poderia ficar no cargo que me foi oferecido. Sou rubro-negro de coração, mas profissionalismo falou mais alto que a paixão", comentou.
Zinho assumiu o cargo de diretor de futebol do Flamengo em maio em momento de crise. Sete meses depois, deixa o clube com a tarefa de ajudá-lo a fugir da Série B do Campeonato Brasileiro cumprida, mas ainda em momento conturbado. Por isso, ele sabe que sofreria a mesma pressão em 2013 se continuasse. "Mediante ao que me foi oferecido, de que minha participação iria ser menos nas decisões, analisei que a cobrança que eu iria ter da torcida seria a de sete meses atrás."
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