(Flávio Tavares)
RIO DE JANEIRO – Fazer compras no mercado, ir ao banco, lavar a roupa, enviar uma carta ou encomenda pelo correio, arrumar o cabelo ou as unhas, comprar flores e suvenires e, claro, comer um imenso sanduba de graça. Esses são os serviços disponíveis na zona internacional da Vila Olímpica, que conecta os atletas concentrados para Rio 2016 com o mundo.
Para alcançar os prédios onde estão hospedados, todos têm que passar pela zona internacional, seja no momento da chegada à vila, quando há a cerimônia de hasteamento da bandeira, seja na saída ou no retorno dos treinos e, futuramente, das competições. É lá que eles encontram com os atletas de outros países e também com a mídia internacional. Para dar um clima tropical, foi montada uma praia artificial, com areia branca e espreguiçadeiras.
Os serviços estão distribuídos em dois lados, divididos pelo corredor de entrada e saída da vila. Na hora do almoço, a lanchonete de uma franquia de fast-food tinha imensas filas. A maioria saia com sanduíches, batatas fritas e nuggets não apenas por escolha, mas também por falta de opção, já que a salada havia acabado.
Ao lado da lanchonete, a lavanderia começou a trabalhar intensamente nos últimos dias. A maior demanda é para lavar uniformes e também passar as roupas que serão utilizadas na cerimônia de abertura, amanhã à noite, no Maracanã.
Já na floricultura a maior saída é para os arranjos de orquídeas, que custam entre R$ 90 e R$ 150. A expectativa é que o movimento aumente a partir do sábado, quando as disputas por medalhas terão início, e centenas de atletas deverão ser presenteados.
No mercadinho a maior procura é por balas, chocolates, chicletes, salgadinhos e produtos de higiene pessoal, à exceção dos repelentes, que têm destaque nas gôndolas, mas estão encalhados. Nas prateleiras, também é possível encontrar saca-rolhas, copos descartáveis, maquiagem e sacos de lixo.
Beleza pura
Os boxeadores irlandeses estão no Brasil há mais de 20 dias, treinando e fazendo aclimatação para os Jogos. Eles começam a lutar no sábado e pelo menos dois deles estiveram no salão de beleza, ontem, para arrumar o visual.
Animado em participar de sua primeira Olimpíada, David Joyce, 29 anos, garante que tudo está ótimo. “Não consegui ir a Pequim ou Londres. Agora, estou na Olimpíada do Rio e nada pode atrapalhar. Está tudo ótimo: a comida e as instalações”, garante.
O salão de beleza tem atendido até 50 pessoas por dia. “A agenda está apertada, mas ainda tenho vagas”, afirmou Karry Hendry, relações públicas da multinacional que patrocina o salão. Ela destaca que uma das maiores demandas tem sido por unhas e cortes de cabelo com as bandeiras dos países.
Conexão África
O jornalista francês Eric Mamruth, da Rádio França Internacional (RFI), tem frequentado a zona internacional diariamente. Ele afirma ter se sentido melhor em Londres. “Falta um espaço para entrevistar os atletas. Como eu sou do rádio, a captação do áudio é muito importante.”