(Lucas Prates / Hoje em Dia)
O segundo mandato do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), terá como foco a "pacificação" da relação com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o diálogo com o governo federal para garantir avanços para o Estado. O objetivo foi revelado pelo secretário de Governo Igor Eto nesta terça-feira (20), durante apresentação do balanço dos últimos quatro anos.
De acordo com Eto, Minas aposta em uma relação "institucional" com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que derrotou Jair Bolsonaro (PL), apoiado por Zema durante as eleições presidenciais. "Queremos uma relação institucional, que esperamos ser harmoniosa, de respeito e frutífera para o bem dos mineiros", disse.
"Nós temos seis pautas com o governo federal que não podem ser negligenciadas. Nós temos a verdadeira pretensão de dialogar, construir, avançar e realizar essas pautas junto ao governo federal, independente de decisões, cores e ideologias políticas de cada lado", completou.
Já o governador Zema preferiu não fazer previsões sobre a relação do seu governo com o de Lula, e voltou a lamentar a derrota do presidente jair Bolsonaro (PL). "Não estou otimista nem pessimista. Nós gostaríamos que o eleito fosse outro candidato, infelizmente não foi. E seria um candidato que, com certeza, iria trazer um desenvolvimento maior para o Brasil", disse.
Zema garantiu ainda que não é oposição ao governo do petista. "Eu vou torcer para dar certo. Eu não sou oposição, eu sou oposição para aquilo que é ruim para o Brasil. Se esse governo que vai estar lá quiser fazer uma reforma tributária boa, pode contar comigo. Eu sou um governante de pautas e não de pessoas. O governo pode contar comigo naquilo que foi bom. Podemos ter retaliações, mas espero que não", afirmou.
ALMG
Durante o balanço, o secretário de Governo Igor Eto também garantiu que a administração de Zema vai tentar a pacificação com a Assembleia, depois de um 1° mandato marcado por divergências entre o governador e o atual presidente da Casa, deputado estadual Agostinho Patrus (PSD).
"O nosso objetivo na Assembleia é o de pacificação. O Poder Executivo e o Poder Legislativo precisam estar unidos. Apesar de sermos poderes independentes, nós somos poderes intimamente ligados ao bem-estar do povo de Minas Gerais. É preciso ter harmonia para que Minas avance. Sem o apoio da Assembleia, nós não iremos avançar (nos programas e projetos defendidos pelo governo)", disse Igor Eto.
Para Eto, a prioridade nos próximos anos é a homologação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) no legislativo. Ele explicou que a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza a adesão do Estado ao RRF, obriga a ALMG a homologar o acordo para pagamento das dívidas da unidade da federação com a União.