Estatística de pedestres atropelados em Belo Horizonte é preocupante

Do Hoje em Dia
01/08/2012 às 06:32.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:00

Sete pessoas são atropeladas por dia em Belo Horizonte. Essa estatística, divulgada pelo Hoje em Dia, que reiniciou nesta semana uma de suas mais importantes campanhas, é aterrorizadora e, ainda assim, está incompleta. Ela contempla apenas as pessoas que foram atendidas no Pronto-Socorro do Hospital João XXIII.

Só no primeiro semestre deste ano, 1.280 atropelados. O fato é que estatísticas e estudos a esse respeito são falhas em todo o país, embora não devesse ser assim, pois a questão é de suma importância.

O Brasil é apontado pela Organização Mundial de Saúde como um dos cinco países do mundo com maior número de mortes por acidentes de trânsito. Só em 2010, foram 40.610 mortos, mais que os 40 mil norte-americanos mortos nos 10 anos da guerra do Vietnã. A OMS não informa quantas dessas mortes resultaram de atropelamentos, mas os dados referentes a Belo Horizonte indicam que é um número significativo.

Várias são as causas apontadas pela alta incidência de atropelamentos de pedestres em nossas ruas e calçadas, mas certamente a impunidade é uma das principais. Alguns estudos mostram que os motoristas tendem a repetir o comportamento imprudente que resulta em ferimentos e mortes de pedestres, quando não são punidos. O inverso também é verdadeiro.

Acontece que são raros os casos de punição. O problema começa com as falhas nos boletins de ocorrência, prossegue com o descuido da polícia na apuração e tipificação do crime e termina com a lentidão da justiça para punir o culpado, com o agravante de que aquele com dinheiro para pagar um bom advogado quase nunca é condenado.

Ao atacar de frente esses problemas, os Estados Unidos conseguiram reduzir o número de mortos por atropelamentos, de 15.500 em 1937, para menos de 10 mil, trinta anos depois, apesar do expressivo aumento da população e do número de veículos nesse período. Hoje, proporcionalmente à população, o trânsito no Brasil é 90% mais perigoso que nos Estados Unidos.

Além das leis mais severas, inclusive visando à indenização das famílias das vítimas, leis que são efetivamente aplicadas pelo sistema judiciário dos Estados Unidos, houve um esforço para educar a população, sobretudo os mais jovens.

Trânsito entrou na grade curricular das escolas, como disciplina essencial para a sobrevivência num mundo dominado por automóveis, motocicletas, ônibus e caminhões, no qual os pedestres são a parte mais frágil.

Um exemplo a ser seguido aqui.

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