Estiagem pesa no bolso do consumidor

Jornal O Norte
11/11/2010 às 11:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:43

A alta nos preços do feijão e do açúcar em 83% e 100%, respectivamente, nos últimos quatros meses já foram sentidos pela Pesquisa nacional da cesta básica.

Conforme análise do IPC, as perspectivas que não são tão otimistas para o açúcar. O produto que saltou de R$ 4,00 para R$ 8,00 o saco de 5 quilos, nos supermercados deve manter os preços em alta, pelo menos até 2011.

- O país asiático passou por um período longo de seca, que prejudicou a safra - avalia a economista.

Já o feijão, tipo carioca saltou de R$ 2,69 para R$ 4,00 em média. Segundo o Sindarroz/MG – Sindicato da indústria do arroz de Minas Gerais, que trabalha com grãos em geral, a expectativa é de que os preços continuem elevados neste mês.

Estes reflexos já chegaram à casa da doméstica e manicura Eliane Câmara, que têm cinco filhos.

- O salário que recebo ao final do mês não tem acompanhado o crescimento alarmante dos alimentos, e, para sustentar a casa, não basta somente ter um salário, tenho hoje que agregar outra atividade, bem como a função de manicure para aumentar a renda e manter as contas em dias - avalia.

Conforme informou a O Norte, o engenheiro da Emater – Empresa de assistência técnica e extensão rural de Montes Claros, Robson Danilo Ferreira, o  motivo do aumento dos alimentos decorrem, principalmente, pela estiagem prolongada no estado do Paraná, um dos maiores produtores e exportadores de grãos do país, que provocou queda na oferta do produto, Segundo ele, o Norte de Minas convive com a estiagem prolongada, o que  diminui a produtividade de grãos.

Para ter os efeitos da seca amenizados, o pecuarista deve ter uma noção da capacidade de produção de forragem dos pastos. Uma vez, que temos no Norte de Minas uma base territorial só de produtores rurais, que chega em torno de 50 mil.

Conforme o presidente do sindicato rural de Montes Claros, Ricardo Laugthon, que atende a nove municípios, não tem como fugir da estiagem.

- O que se percebe é que a cada ano se agrava mais o tempo da seca na região, uma das características é a falta de chuvas há sete meses.

Para não prejudicar mais animais, pecuaristas e produtores, o fornecimento de suplementos que contenham alto teor de proteína (em torno de 30% de proteína bruta), preferivelmente na forma de proteína verdadeira, e minerais, possibilita esta melhoria nutricional, avalia.

Quem reforça estas medidas preventivas é o presidente da Sociedade Rural de Montes Claros, Alexandre Vianna. Para ele, falar de estiagem já irou um rotina, todos os anos se repete os prejuízos, por ser aqui parte do polígono da seca, mas salienta que a criação de novas barragens, bem como já é possível ver em Berizal, Congonha e no rio verde, tem contribuído para diminuir  os estragos. Mais ainda falta investimento em perfuração de poços artesianos e maior apoio do governo federal, frisa. E ainda enfatiza:

- Há mitos recursos e pouca ação.

O período da estiagem começa em março e só finaliza em outubro de cada ano. O representante do secretário de agricultura de Montes Claros, Reinaldo Rabelo, avalia que a secretaria de agropecuária do município já aprovou o decreto de situação de emergência para o Norte de Minas.

- Já estão sendo disponibilizados carros pipas, cisternas para atender a demanda da região - diz.

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