Estimativa de custo da linha 3 do metrô em BH cresce 110% e trava obra

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
12/09/2014 às 07:53.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:10
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

A linha 3 do metrô de Belo Horizonte, que ligará a Lagoinha à Savassi, poderá custar cerca de 450 milhões a mais que o previsto pelo governo de Minas em maio (R$ 2,5 bilhões), o que representa uma correção de 110% em relação à primeira estimativa de outubro de 2013, de R$ 1,4 bilhão.

Em reunião na última quarta-feira no Ministério das Cidades, em Brasília, o presidente da Metrominas, José Eugênio Castro, comunicou ao secretário nacional do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Maurício Muniz, que a nova proposta de valor para a linha 3 seria de R$ 2,953 bilhões, com preços de janeiro deste ano.

“A única justificativa para o aumento do preço é de que só agora, quando o projeto foi entregue, chegaram a esse valor. A questão é: de onde vai sair esse dinheiro? Fica faltando R$ 1,5 bilhão para a obra”, afirma o secretário do PAC. “Demoraram 2 anos e meio, desde o anúncio do recurso, em abril de 2012, para entregar o projeto e agora esse aumento tão expressivo, para a nossa surpresa”, acrescenta.

Ainda de acordo com Maurício Muniz, a Metrominas propôs, na reunião da última quarta, que fosse retirado parte do aporte de R$ 2 bilhões assegurado pelo governo federal para o segundo trecho da linha 3 (Savassi- Morro do Papagaio) e para o terceiro trecho da linha 2 (Praça Raul Soares-Estação Santa Tereza).

“Mesmo se eu retirar todo a verba anunciada em janeiro deste ano, ainda sim não vai dar. Faltariam R$ 500 milhões”, diz Muniz.

O governo de Minas, por meio de nota, informou que o financiamento da obra da linha 3 foi “apenas uma das questões debatidas” na reunião de rotina em Brasília, para tratar de questões referentes à ampliação do metrô, e que já havia informado ao governo federal, “desde o começo da proposta, que só poderia estabelecer o valor final da obra quando o projeto estivesse concluído”. “O valor de R$ 1 bilhão, que estava previsto no PAC, foi projetado na época em que foi feita a primeira proposta do governo de Minas, em 2008, e vinha sendo mantido para adequar a reforma às exigências do PAC, mas sempre com a ressalva de que deveria ser revisto na conclusão do projeto. O valor atualizado é estimado em R$ 2,4 bilhões”,diz a nota. Em agosto, a Metrominas entregou à Caixa Econômica Federal a composição de custos das obras da linha 3, orçada em aproximadamente R$ 2,5 bilhões.

“No encontro, a Caixa informou aos ministérios que a entrega do projeto de reforma da linha 3 cumpriu todo o check-list previsto pela instituição e também foram discutidos outros temas referentes à ampliação do sistema”, afirma o governo.

À Pasta das Cidades, o presidente da Metrominas teria dito que a expansão da linha 1 até o Novo Eldorado também aumentou o custo, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,6 bilhão. A linha 2, de Nova Suíça até o Barreiro, quase triplicou de valor, passando de R$ 652 milhões para R$ 1,518 bilhão. Os valores foram informados pelo Ministério das Cidades.

Em relação às linhas 1 e 2, o governo de Minas informa que, “pela proposta do Estado, elas serão custeadas por meio de uma Parceria Público-Privada. Portanto, não seriam pagas pelo governo federal”.

De acordo com o secretário do PAC, o pedido do governo de Minas será oficializado em documento e rediscutido em uma nova reunião, marcada para a próxima semana. A Caixa terá cerca de três semanas para analisar quantitativamente o projeto da linha 3 e seu detalhamento, sem ainda os projetos dos sistemas elétricos, segundo o secretário do PAC. “Ainda não é a análise final. O banco deverá mandar representantes ao local da obra e avaliar se vai garantir o preço informado pela Metrominas”.

PPP depende de convênio

Estava prevista para abril deste ano a assinatura do Convênio de Transferência da linha 1 do metrô de BH da CBTU para o governo estadual, por meio da Metrominas, empresa pública estadual com participação das prefeituras de Contagem e de BH. Somente após esta etapa se iniciará o processo licitatório da PPP, a começar por uma audiência pública.

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