Até as 18 horas desta quinta-feira, cerca de 50 trabalhadores avulsos se mantinham dentro do navio Maersk La Paz, de bandeira de Hong Kong, que está atracado no terminal da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), localizado na margem esquerda do Porto de Santos, no Guarujá, na Baixada Santista (SP).
A embarcação foi tomada por volta das 15 horas por um grupo de estivadores que chegaram em pequenas barcas, atingindo as instalações da empresa, que foram inauguradas na semana passada. O objetivo dos trabalhadores é protestar contra a forma de contratação de estivadores por parte da Embraport, que, seguindo a nova Lei dos Portos, assinada em junho, recruta o pessoal avulso por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e não por intermédio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), como fazem os terminais públicos.
Desde segunda-feira, 8, os estivadores realizam uma série de protestos contra a medida. Nesta quinta-feira, eles pretendiam alcançar os portêineres, equipamentos de grande porte que movimentam contêineres dos terminais para os navios. A ação só não foi efetivada porque os seguranças do terminal atiraram para o alto. Ninguém ficou ferido.
Em razão de protesto ser realizado num navio de bandeira internacional, a Polícia Federal (PF) foi acionada e acompanha de perto a situação. Os trabalhadores afirmam que não deixarão o local enquanto não houver acordo com a Embraport sobre o novo regime de contratação. A empresa, por sua vez, afirma que "reconhece o direito democrático de manifestação, mas repudia, com veemência, os atos de violência e agressão". A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Estado, também monitora a situação, que se encontra sob controle.
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