Eu me rendo: não ao futebol moderno!

27/03/2016 às 20:43.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:40

O feriado de Páscoa de trabalho me fez mudar de opinião. Talvez seja a influência dos tempos de vida nova. Mas achava meio chato, sem graça, aquele movimento de peças que pedem o fim do futebol moderno. Comunico que passo a integrar a turma.

As novas arenas, em si, nem me incomodam tanto, embora os preços cobrados nela sejam absurdos e afetem diretamente o orçamento de uma família que tem três apaixonados por futebol, no caso, meus filhos e eu.

Mas não foi em estrutura e finanças que me apoiei para virar a folha, ou a casaca. Foi em futebol mesmo.

O modernismo é o time de Dunga? Zagueiro contemporâneo é o David Luiz? O camisa 10 da Seleção Brasileira precisa ter o comportamento e o comprometimento do Neymar? Futebol moderno é espaço para uma direção ultrapassada e desmoralizada como a da CBF?

Pode parecer estranho estar escrevendo sobre isso no dia seguinte de um Atlético e Cruzeiro, vencido pelo time da Toca, por 1 a 0, gol de Rafael Silva.
Mas não é. A idéia me veio na Sexta-feira da Paixão. E se transformou em posição no Domingo de Páscoa. Quando me vi acordando quase às 10h, depois de uma madrugada jogando buraco, e me senti atrasado para ver o clássico, me dei conta de que já deu.

Pelo amor de Deus. Se não bastassem pegar o nosso maior jogo e marcá-lo para um Domingo de Páscoa e ainda posicionado na tabela exatamente numa Data Fifa, o que provocou desfalques dos dois lados, remarcam o confronto para as 11h da manhã.

Num Independência com 15 mil pessoas e com a marca da torcida única, pois pouco mais de 400 cruzeirenses foram ao Horto, já que as organizadas boicotaram o jogo, por causa do ingresso a R$ 120, num setor em que quase não se vê o campo.

Lugar de clássico é no Mineirão. Atlético e Cruzeiro são muito maiores do que essa gente que vem tentando acabar com uma das maiores manifestações populares da história de Belo Horizonte, que é o confronto entre os rivais, no Gigante da Pampulha, com torcida dividida.

Quando querem encher o estádio para uma competi-çãozinha mal organizada e sem sentido, como a Copa Sul-Minas-Rio, que se perdeu na essência, colocam o ingresso a preços populares. Na hora da festa do torcedor, o deixam de lado.

Fica tranqüilo, Uilson. Sua falha no gol cruzeirense foi muito pequena perto do festival delas proporcionado pelos nossos cartolas. Isso é futebol moderno.

Então eu grito: NÃO AO FUTEBOL MODERNO!

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