(Geraldo Caso)
SÃO PAULO - Os Estados Unidos qualificaram nesta terça-feira (5) de "absurdas" as insinuações do governo da Venezuela segundo as quais o governo americano esteve envolvido na doença que matou Hugo Chávez.
"A afirmação de que os Estados Unidos estiveram envolvidos de alguma maneira na causa da doença do presidente Chávez é absurda, e a rejeitamos completamente", disse em comunicado o porta-voz do Departamento de Estado, Patrick Ventrell, minutos antes da confirmação da morte do líder venezuelano.
Durante discurso em reunião com a cúpula do governo, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que o país e Chávez eram vítimas de uma conspiração montada pelos Estados Unidos e a oposição venezuelana para derrubar o presidente.
Naquele momento, Chávez ainda estava vivo. "Chegará o momento em que uma comissão e a tecnologia revelarão que nossos inimigos históricos tentaram atacar a nossa pátria e que nosso comandante foi submetido a um plano desestabilizador", disse.
Em virtude da suspeita, a Venezuela expulsou dois enviados americanos ao país, acusados de conspiração, dentre eles o adido militar americano, David del Monaco. Maduro acusou Del Monaco de entrar em contato com militares venezuelanos para "investigar a situação das Forças Armadas do país" e "propor um projeto desestabilizador".
A outra expulsão foi anunciada minutos depois pelo ministro de Relações Exteriores, Elías Jaua, sem mencionar o nome do funcionário. O Pentágono informou que está a par da situação e que seu adido militar já voltou aos EUA.
Ele disse ainda que o governo venezuelano não descarta a hipótese de que a doença de Chávez tenha sido influenciada pelos "inimigos históricos da pátria", em referência aos opositores e aos Estados Unidos, e acusou laboratórios médicos de colaboração no incidente.