EUA lançam mísseis sobre a Síria e países criticam

Estadão Conteúdo (*)
07/04/2017 às 06:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:02

Turquia, Arábia Saudita, Israel e Austrália foram alguns dos países que se declararam favoráveis ao bombardeio realizado pelos Estados Unidos à base aérea de Shayrat, na província de Homs, na madrugada desta sexta-feira (no horário sírio).

Para a Turquia, o bombardeio foi "importante e significativo". No entanto, o vice-primeiro ministro turco, Numan Kurtulmus, ressaltou a importância de adotar uma posição dura e persistente contra o presidente sírio Bashar Assad que o tornasse "incapaz de prejudicar seu povo". "A barbárie do regime de Assad precisa ser parada imediatamente", disse Kurtulmus.

Já a Arábia Saudita classificou a ação dos EUA como uma "decisão corajosa". Para o Ministério das Relações Exteriores do país, o lançamento dos mísseis foi a resposta certa aos "crimes deste regime contra o seu povo à luz do fracasso da comunidade internacional para detê-lo". Turquia e Arábia Saudita fazem oposição ao regime de Assad e têm apoiado a luta dos rebeldes contra o governo.

O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, disse a uma emissora de TV que o ataque enviou uma "mensagem tripla". Segundo Danon, o bombardeio avisa os sírios para pararem de usar armas químicas, envia um recado ao Irã e à Coreia do Norte e também comunica a comunidade internacional que "se a ONU é incapaz de agir nessas situações, nós agiremos". Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia dito que "essa mensagem vai ressoar não só em Damasco, mas em Teerã, Pyongyang e em outros lugares."

Um dos primeiros países a se pronunciar sobre o ataque, a Austrália dá "forte apoio à resposta rápida e justa dos EUA". De acordo com o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, a retaliação "envia uma mensagem forte ao regime de Assad e foi conduzida no mesmo espaço aéreo em que aconteceu o ataque químico". "Mas nós não estamos em guerra com a Síria", ressaltou.

Contra
Entre os países que condenaram o bombardeio, o Irã frisou que a "ação unilateral é perigosa, destrutiva e viola os princípios da lei internacional". O país é um dos maiores aliados de Bashar Assad.

A candidata de extrema direita à presidência da França, Marine Le Pen, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, está tentando ser o "policial do mundo" com os ataques à Síria e sugeriu que a ação pode sair pela culatra. No passado, Le Pen já expressou apoio a Assad e se disse surpresa com a ação repentina de Trump.

Síria diz que bombardeio americano matou 9 civis
Pelo menos nove civis, entre eles quatro crianças, morreram hoje (7) e outros sete ficaram feridos no bombardeio americano contra uma base militar síria, informou a agência oficial Sana. As vítimas civis estavam nos povoados de Al Hamrat, Al Shayrat e Al Manzul, situados nos arredores da base área de Shayrat, atacada pelos Estados Unidos. A informação é da agência de notícias EFE.

A agência Sana acrescentou que o ataque também causou uma grande destruição nas casas desses povoados da província de Homs. Em Shayrat caíram dois mísseis Tomahawk que provocaram a morte de cinco civis, entre eles três crianças, enquanto em Al Hamrat morreram outras quatro pessoas, entre eles um menor, pelo impacto de um míssil, segundo a agência.

Na cidade de Al Manzul, que fica a quatro quilômetros da base aérea, sete pessoas ficaram feridas. O Exército sírio confirmou que seis militares morreram no ataque, mas o Observatório Sírio de Direitos Humanos elevou o número de vítimas militares a sete, incluindo um comandante.

(*) Com Agência Brasil


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