(Jung Yeon-Je)
O Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, pressionou por uma cooperação mais próxima entre China e Estados Unidos para lidar com o programa nuclear da Coreia do Norte, em suas primeiras conversas com altos diplomatas chineses.
A visita de Tillerson a Pequim acontece após ele ter alertado, nesta sexta-feira (17), na Coreia do Sul, que uma ação militar preventiva contra a Coreia do Norte poderia ser necessária se a ameaça de o programa de armas atingir um nível "que nós acreditamos que requeira uma ação".
A China, maior fonte de apoio diplomático e assistência econômica da Coreia do Norte, não respondeu diretamente ao apelo, embora Pequim tenha pedido repetidamente para que todas as partes tomem medidas para reduzir as tensões.
Tillerson enfatizou a necessidade de uma relação "orientada para resultados" com a China, em comentários feitos após sua reunião deste sábado com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi. "Renovamos nossa determinação de trabalhar juntos para convencer a Coreia do Norte a escolher um caminho melhor e um futuro diferente para o seu povo", disse Tillerson.
Ele afirmou que Wang concordou com a necessidade de uma "correção do curso" com Pyongyang. Segundo ele, levar a Coreia do Norte "para um lugar diferente" é uma questão a ser abordada com "um senso de urgência".
Wang reafirmou os apelos de Pequim para um diálogo entre os EUA e a Coreia do Norte e chamou a visita de Tillerson de um passo importante para uma reunião entre o presidente chinês, Xi Jinping, e seu colega norte-americano, Donald Trump, no mês que vem.
Tillerson se encontrou mais tarde com Yang Jiechi, o principal assessor de política externa de Xi. Ele deve se encontrar com Xi no domingo de manhã, antes de voltar para os EUA.
Como a mais importante fonte de apoio diplomático e econômico da Coreia do Norte, a China está cada vez mais preocupada com a possibilidade de um conflito na Península Coreana. Wang advertiu na semana passada que a Coreia do Norte de um lado, e os Estados Unidos e a Coreia do Sul, por outro, eram como "dois trens em aceleração", um em direção ao outro, com nenhum dos lado disposto a ceder.
Ele apresentou uma proposta de que a Coreia do Norte poderia suspender suas atividades com armas nucleares e mísseis em troca de uma parada em exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos EUA. Mas a sugestão foi rapidamente derrubada pelo embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Nikki
Haley, que disse que Washington teria de ver "algum tipo de ação positiva" da Coreia do Norte antes que possa levar o líder Kim Jong Un a sério.
Embora a China tenha concordado relutantemente com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sancionando a Coreia do Norte, o país opõe-se veementemente a medidas que possam levar ao colapso do regime norte-coreano e resultem em ondas de refugiados para Nordeste da China, enquanto as forças sul-coreanas e americanas assumem posições nas fronteiras. Isso deixou Pequim com poucas opções além de pedir um diálogo renovado patrocinado pelos chineses no formato de seis países, como o que foi interrompido em 2009.
Na sexta-feira, Tillerson sinalizou uma estratégia mais dura para a Coreia do Norte, deixando aberta a possibilidade de uma ação militar preventiva. "Deixe-me ser muito claro: a política de paciência estratégica terminou", disse, após visitar a fronteira fortemente militarizada entre as Coreias rivais. "Nós estamos explorando uma nova gama de medidas diplomáticas, de segurança e econômicas. Todas as opções estão na mesa."
As administrações anteriores dos EUA consideraram a força militar por causa do desenvolvimento da Coreia do Norte de armas nucleares e mísseis balísticos, mas raramente essa opção foi expressa tão explicitamente como por Tillerson.
A Coreia do Norte acelerou o seu desenvolvimento de armas, violando resoluções do Conselho de Segurança sem ser dissuadido por sanções. O país realizou duas explosões de ensaios nucleares e 24 testes de mísseis balísticos ano passado. Especialistas dizem que a nação coreana pode ter um míssil com ponta nuclear capaz de atingir os EUA dentro de alguns anos.
Fonte: Associated Press
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