EUA pressionam Hong Kong a extraditar Snowden

Álvaro Campos
22/06/2013 às 20:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:23

O governo dos EUA pressionou neste sábado Hong Kong a não demorar com o processo de extradição de Edward Snowden, ex-funcionário terceirizado da Agência Nacional de Segurança que revelou para o mundo a existência de programas secretos de vigilância mantidos pela administração do presidente Barack Obama.

Segundo um comunicado divulgado neste sábado pelo Conselho Nacional de Segurança, os EUA contataram autoridades de Hong Kong para pedir a extradição de Snowden, mas evitaram um pedido formal, que pode levar a anos de briga na Justiça.

"Hong Kong tem sido historicamente um bom parceiro dos EUA em questões legais, e nós esperamos que eles cumpram o tratado nesse caso", disse o conselheiro de segurança da Casa Branca Tom Donilon, durante uma entrevista para a emissora de televisão CBS. Uma outra autoridade do setor de segurança, que não quis se identificar, afirmou que se Hong Kong não colaborar "isso vai complicar nossa relação bilateral e levantar dúvidas sobre o compromisso deles com a lei".

Na última sexta-feira o governo dos EUA abriu um processo contra Snowden, acusando-o de comunicação não autorizada de informações sobre a defesa nacional, comunicação intencional de relatórios secretos de inteligência e roubo de propriedades do governo. Cada um desses crimes tem uma sentença máxima de 10 anos de prisão.

Em uma entrevista divulgada neste sábado pelo jornal South China Morning Post, Snowden afirma que decidiu permanecer em Hong Kong porque confia "nos tribunais e no povo de Hong Kong para decidir meu futuro". Martin Lee, importante político da região autônoma, acredita que o governo da China não deve intervir no caso. "Pequim só vai intervir em última instância. Se o juiz disser que ele será extraditado, então Snowden poderá apelar dessa decisão", comentou.

Snowden revelou dois programas polêmicos da Agência Nacional de Segurança, um que coleta dados de bilhões de ligações telefônicas nos EUA e outro que reúne informações de áudio, vídeo, e-mails e histórico de navegação na internet de estrangeiros que usam grandes provedores de serviços, como Microsoft, Google, Apple e Yahoo. Fonte: Associated Press.
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