LOS ANGELES - As autoridades americanas retiraram nesta sexta-feira (20) as acusações contra a princesa saudita Meshael Alayban, indiciada por tráfico de pessoas na Califórnia, após ter sido denunciada por uma empregada queniana de impor condições abusivas de trabalho - informaram fontes da Justiça. Meshael Alayban, uma das seis mulheres do príncipe Abdulrahman bin Nasser bin Abdulaziz al-Saudd, neto do rei Abdallah, da Arábia Saudita, deveria comparecer ao tribunal e responder às acusações feitas contra ela, em julho passado. De maneira inesperada, o promotor do condado de Orange, Tony Rackaukas, anunciou a retirada das acusações contra a princesa, alegando falta de provas. Antes, ele havia chegado a afirmar que se tratava de "um caso exemplar de trabalho forçado". A princesa, detida e acusada na Califórnia em julho, poderia ser condenada a até 12 anos de prisão, se fosse considerada culpada por tráfico de pessoas. Solta após pagar fiança de US$ 5 milhões, ela tinha de andar, permanentemente, com um sistema de geolocalização (GPS) e não podia sair do condado de Orange sem permissão. Segundo a empregada queniana, Alayban a obrigava a trabalhar 16 horas por dia, sete dias por semana, por um salário mensal de 220 dólares, em seu palácio da Arábia Saudita e em uma residência em Irvine, ao sudeste de Los Angeles. A empregada - uma mulher de 30 anos, mãe de uma menina de sete e que não teve sua identidade revelada - também denunciou que a princesa havia confiscado seu passaporte para impedi-la de fugir. A suposta vítima conseguiu escapar da residência de Alayban em 9 de julho, tomou um ônibus e, com a ajuda de um dos passageiros, procurou a polícia. Segundo os advogados da acusada, na verdade, a queniana viajou para a Califórnia de primeira classe e estava fazendo compras nas lojas de Irvine, às custas da princesa.