WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos manifestou nesta sexta-feira (17) a sua satisfação com as declarações feitas na quinta-feira (16) pelo presidente de Israel, Shimon Peres, sobre o Irã, que provocaram uma controvérsia na classe política do Estado hebreu. Peres se disse "convencido" de que Obama cumprirá seu compromisso para impedir que o Irã desenvolva a bomba atômica e que isto "não está destinado apenas a satisfazer Israel". O mandatário reconheceu também que Israel não pode atacar o Irã sem a ajuda dos Estados Unidos. "Ficamos muito felizes em ouvir as declarações feitas ontem (quinta-feira) pelo presidente Peres sobre esta questão", disse o porta-voz adjunto do presidente Barack 0bama, Josh Earnest, durante uma entrevista coletiva à imprensa. "O compromisso do presidente (0bama) de evitar que o Irã desenvolva e obtenha uma arma nuclear é inquebrantável" e esta posição "foi manifestada publicamente em diversas ocasiões. Também deixamos isso claro nas inúmeras conversas privadas que ocorrem diariamente entre o governo Obama" e Israel, acrescentou. Políticos ligados ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, citados pela imprensa local, criticaram fortemente as declarações de Peres, de 89 anos e cuja autoridade moral é respeitada mesmo que seu posto tenha valor simbólico. Netanyahu é considerado partidário de uma estratégia mais dura nas relações com Teerã e insiste regularmente que Israel tem o direito de se defender de um Irã com armas nucleares, que seria uma ameaça para o Estado hebreu. Nas últimas semanas, a imprensa israelense repercutiu as informações baseadas em declarações de autoridades de que uma ação militar israelense contra o programa nuclear iraniano seriam iminente. Netanyahu e o ministro da Defesa, Ehud Barak, defendem um ataque, mas outros altos funcionários, principalmente entre os militares e os serviços de inteligência, se opõem.