Rodrigo Dutra de Oliveira, o ex-assessor do vereador Wellington Magalhães (PSDC) que chegou a ser preso juntamente com o vereador a pedido do Ministério Público no âmbito da Operação Sordidum Publicae, agora é funcionário do gabinete da irmã de Wellington, a deputada estadual Arlete Magalhães (PSDC). Oliveira e o ex-patrão estão entre os suspeitos de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Eles foram presos, mas receberam o benefício do habeas corpus com uso de tornozeleira e obrigatoriedade de chegarem em casa até 22h. A nomeação foi publicada no Diário do Legislativo da Assembleia de Minas Gerais no último sábado (09).
O assessor parlamentar foi nomeado para o cargo de nível 3, VL-56, com quatro horas de trabalho, o que equivale a uma remuneração de R$ 9.274,38, de acordo com o Portal Transparência da ALMG.
Por meio de nota, a assessoria da deputada informou que "o servidor Rodrigo Dutra de Oliveira trabalha há mais de 28 anos na Assembleia Legislativa de Minas, tendo ocupado cargo de Assessor Parlamentar em diversos Gabinete da Casa".
Ainda conforme a assessoria, "perante a lei e a Constituição Federal qualquer cidadão é considerado inocente até que se prove o contrário, ou seja, até que haja o trânsito em julgado de eventual sentença condenatória".
A reportagem do Hoje em Dia tentou contato com advogado de Rodrigo, que não atendeu as ligações. O assessor também foi procurado no local de trabalho, mas a assessoria informou que ele só trabalha pela manhã e que o pedido de entrevista seria repassado para ele. A reportagem aguarda retorno.
Investigações
A Câmara Municipal de Belo Horizonte analisa a cassação do mandato de Wellington Magalhães, acusado de desviar R$ 30 milhões do Legislativo Municipal. Segundo o Ministério Público, o vereador afastado registrou, de 2010 a 2016, gastos de R$ 1,594 milhão, R$ 520 mil a mais do que os rendimentos obtidos pelo parlamentar no período.
Segundo a denúncia do MPMG, há evidências de que Magalhães comandou um desvio de verbas em pelo menos dois contratos de licitação, quando ele era presidente da Câmara Municipal, entre 2014 e 2016. Outras sete pessoas também foram denunciadas no esquema, incluindo o ex-assessor.
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