Camila Soares Santos foi informada que não andaria mais após o susto que teve em pleno Carnaval
Seis anos após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), a ex-bancária Camila Soares Santos, de Belo Horizonte, ainda convive com as sequelas do susto que tomou durante o Carnaval. Ela tinha 33 anos quando foi levada às pressas para o hospital, após sentir muita dor de cabeça.
“Sofri um AVC Isquêmico em um bloco de Carnaval do Bel Marques (cantor baiano). Como consequência, tive afasia (condição neurológica que afeta a comunicação, causando dificuldade em falar, escrever, ler e compreender) e, também, dificuldade de locomoção, com o lado direito comprometido”, relata.
Camila lembra que, na ocasião, foi informada pela equipe médica que a atendeu que, devido ao AVC isquêmico no hemisfério cerebral esquerdo, ela não voltaria a andar.
Há três meses, Camila começou a praticar jiu-jitsu para ajudar na saúde mental. A modalidade, ressalta a ex-bancária, não faz parte dos exercícios propostos para recuperação do AVC, mas que o pratica "para ficar com a mente tranquila".
Camila hoje também se dedica ao esporte (Camila Silva/ Arquivo pessoal)
Camila hoje também se dedica ao esporte (Camila Silva/ Arquivo pessoal)
Estudo recente publicado na revista científica Neurology, dos Estados Unidos, relatou que 15% dos casos mundiais de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorrem em jovens adultos. No Brasil, o índice é maior: 18%. Em Minas, de acordo com levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a pedido do Hoje em Dia, 623 pessoas de 20 a 39 anos foram internadas para tratamento da doença nos seis primeiros meses deste ano.
Idade em que Camila estava quando sofreu o AVC. Ela conta que, no caso dela, foi consequência do excesso de estresse no ambiente de trabalho.
“Nada paga a nossa saúde. Eu falo para as pessoas hoje que é importante entender os limites do seu corpo e até onde você é capaz de alcançar. O corpo e a mente vão dando sinais de que as coisas não estão indo bem, mas infelizmente ignoramos. Sua vida e sua saúde em primeiro lugar”.
Camila lembra que no momento em que passou mal não sentiu nada além de dores de cabeça.
“A lesão foi bem extensa e me deixou inconsciente por três meses. Os médicos disseram aos meus familiares que eu não voltaria a andar ou falar. Recebi alta na cadeira de rodas e falando apenas eita, eita, eita. Não me lembro do período da internação e nem enquanto estava usando cadeira de rodas. Iniciei o tratamento para a reabilitação das sequelas e voltei a andar”.
Camila relata que a rotina após o AVC é bem desafiadora entre médicos e tratamentos diferentes.
“Minha rotina mudou completamente, o dia a dia é de muito tratamento; fonoaudiólogo, terapia ocupacional e exercícios físicos. Hoje, graças aos tratamentos, consigo sentir uma melhora significativa e busco a cada dia melhorar mais!”, finaliza a ex-bancária, em uma verdadeira lição de vida.
* Estagiário, sob supervisão de Valeska Amorim