Investigações prosseguem

Ex-policial que queimou delegado vivo em Sete Lagoas diz que queria 'apenas' agredir, sem matar

Homem se entregou em uma delegacia da cidade localizada na região Central de Minas, nesta sexta-feira

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
24/05/2024 às 18:07.
Atualizado em 24/05/2024 às 18:12
 (Redes sociais / Reprodução)

(Redes sociais / Reprodução)

O ex-policial civil suspeito de esfaquear e queimar vivo o delegado aposentado Hudson Maldonado Gama disse aos investigadores que “não desejava matar” a vítima, apenas agredir. Ele se entregou em uma delegacia de Sete Lagoas, na região Central de Minas, nesta sexta-feira (24), cidade onde ocorreu o crime.

A informação foi repassada pela delegada Fernanda Mara de Assis Costa. Segundo ela, o homem chegou desacompanhado de advogados e não apresentou resistência ao ser preso.

“Ao ser questionado se sabia que tinha um mandado de prisão contra ele, informou que não, mas que já imaginava. E que estava escondido em uma mata há três dias, não querendo mais viver assim, o que o levou a se entregar”, disse Fernanda.

Sobre a motivação do crime, a delegada informou que o suspeito tentava recuperar o cargo na Polícia Civil perdido há 18 anos. Porém, ele acabou sendo derrotado em 1ª e 2º instância. Como última alternativa, ele recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém teve novamente o pedido negado. A situação, segundo ele informou aos policiais, teria “revivido a mágoa e o sentimento de rancor” contra Hudson, um dos responsáveis pelo processo de expulsão do suspeito da instituição.

Durante o depoimento, a todo momento o ex-policial civil dizia que não tinha a intenção de matar o delegado.

“Ele informou que queria apenas agredir a vítima. Porém acabou sendo tomado pela emoção e usando muito combustível”, completou Fernanda.

A delegada complementou informando que o investigado havia deixado o galão de gasolina em um lote vago próximo ao local do crime dois dias antes. O material, segundo ele, seria utilizado apenas para colocar fogo na casa, obrigando os moradores a saírem, caso ele não conseguisse entrar no local.

Apesar de ter chegado com uma faca no local, o suspeito informou que não proferiu golpes contra a vítima. A situação, porém, só poderá ser confirmada após o laudo de necropsia ficar pronto.

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