Nawaz Sharif, ex-premiê paquistanês deposto em um golpe militar em 1999, poderá liderar novamente o Paquistão, segundo resultados finais da eleição de sábado, 11. Segundo a apuração, Sharif, da Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), tinha maioria na contagem de votos em 127 dos 272 distritos eleitorais. O partido Tehreek-e-Insaf (PTI), do ex-astro do críquete Imran Khan, ganhava em 34 distritos, enquanto o Partido Popular do Paquistão, que esteve à frente do último governo, veio em terceiro lugar, com 30.
De acordo com a comissão eleitoral do país, o comparecimento às urnas foi de aproximadamente 60%, porcentual muito maior do que os 44% da última eleição, apesar das ameaças do Taleban.
Em entrevista ao Wall Street Journal, Sharif disse que tentará estreitar as relações entre Paquistão e Estados Unidos, caso retorne ao poder. "A relação com os Estados Unidos era muito boa quando eu estava no poder", disse ao jornal, enquanto acompanhava a contagem de votos. "Gostaria de aprofundar essa relação. Precisamos fortalecê-la." Durante a campanha, Sharif evitou criticar o Taleban paquistanês, que, por sua vez, direcionou seus ataques aos partidos seculares que formavam o governo anterior.
Na entrevista ao WSJ, o ex-premiê disse estar otimista quanto a um possível acordo com os Estados Unidos em questões polêmicas, como os ataques de aviões não tripulados (drones) a militantes associados à Al-Qaeda em áreas tribais na fronteira com o Afeganistão. Esses ataques são bastante impopulares no Paquistão, e o principal adversário de Sharif nas eleições, Imran Khan, havia prometido derrubar os drones caso assumisse o poder. Com informações da Dow Jones e da Associated Press.
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