Ex-presidente volta à Usiminas

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
05/10/2016 às 22:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:07

A novela sobre a presidência da Usiminas ganhou mais um capítulo. Em julgamento realizado na tarde de ontem, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu pela recondução de Rômel Erwin de Souza à presidência da siderúrgica, no lugar de Sérgio Leite, que estava no controle da empresa desde 25 de maio.

Rômel, que foi presidente da empresa entre outubro de 2014 e a eleição de Leite, havia sido conduzido ao cargo com o apoio do grupo japonês Nippon Steel &Sumitomo.

A Nippon Steel divide o controle acionário da Usiminas com o grupo ítalo-argentino Ternium/Techint que, por sua vez, havia conduzido Leite à presidência.

A Novela
A Nippon Steel havia acionado a Justiça contra o processo de eleição de Sérgio Leite, que é funcionário de carreira da Usiminas há 40 anos, com base em dispositivo do estatuto da siderúrgica que afirma que decisões sobre a presidência devem ser tomadas em consenso entre os dois sócios majoritários.

A Ternium/Techint, no entanto, havia usado como argumento para a condução de Sérgio o fato de a empresa estar numa situação extrema, já que a presidência estava ocupada interinamente.

O mesmo argumento de situação extrema havia sido usado pela Nippon, anteriormente, para a nomeação de Rômel Erwin.

Rômel foi colocado na presidência interina da empresa no lugar de Julián Eguren, destituído em setembro de 2014, após a constatação, por auditorias (Delloite e Ernst Young), de que ele e outros dois executivos teriam recebido mais do que o previsto pela política de remuneração da Usiminas.

A destituição de Eguren também não foi feita de forma consensual com a Ternnium, que havia sido contrária à decisão proposta pela Nippon Steel.

Sem acordo
Durante o processo atual, de cancelamento das eleições, a Nippon havia sugerido que, caso o problema não fosse solucionado, a Justiça poderia nomear um interventor para a empresa. Em julho, essa possibilidade de intervenção gerou desconforto, motivando, inclusive, uma nota do Conselho de Administração.

Uma audiência de conciliação chegou a ser marcada, em julho, para resolver todo o imbróglio, mas o caso não foi resolvido.
Em fato relevante ao mercado, Ronald Seckelmann, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, afirmou, ontem, que “a Usiminas aguardará a intimação da referida decisão e manterá o mercado devidamente informado a respeito da matéria”.

Em nota, o presidente do Conselho de Administração, Elias de Mato Brito, afirmou que o Conselho “respeita a decisão da Justiça”, mas que o mais importante é “manter as melhorias operacionais da empresa, visando a uma gestão eficiente para o processo de recuperação necessário para a siderúrgica”.

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