Ex-vereadores travam disputa para retornar à Câmara Municipal de BH

Janaína Oliveira
joliveira@hojeemdia.com.br
09/09/2016 às 17:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:45
 (Portal PBH)

(Portal PBH)

Na batalha mais acirrada do país por uma vaga no Legislativo, muitos ex-políticos querem voltar ao cenário e tentam a reinserção por meio da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Donos de uma cadeira na Casa no passado, eles desejam ser novamente vereadores mesmo diante de desafios como campanha mais curta e menos dinheiro.

Ex-vice prefeito da capital, ex-deputado e ex-vereador, Ronaldo Vasconcellos (Rede) diz que hoje, aos 66 anos, com três filhos e três netos, e tempo disponível, se sente preparado para voltar à Câmara. “O que ganho dá e sobra. Vivo uma vida espartana, sem luxo. Tenho a vaidade política de deixar minha marca. Vou ser revolucionário, um senhor vereador com atuação independente, sem nepotismo e sem entrar em brigas pequenas”, afirma.

Desde 2005, Vasconcellos dava aula de Políticas Ambientais no curso de Engenharia Ambiental na Fumec. Agora, pretende se dedicar 100% ao Legislativo, se eleito. “Já sou avô, mas estou com muita energia”, diz.Portal PBH / N/A

VASCONCELLOS - "Quero ser um senhor vereador"

Ex-presidente da Câmara Municipal e ex-deputada estadual, Luzia Ferreira (PPS) chegou a ter um mandato relâmpago como secretária de Governo do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e depois foi para a pasta de Políticas Sociais. “Já exerci cargos importantes e tenho conhecimento da gestão pública e da cidade onde moro há 43 anos. Estou preparada para voltar”, diz. Com as novas regras eleitorais, Luzia conta que está se desdobrando. “Acordo cedo e fico na rua até 22, 23 horas. E estou dando ênfase às redes sociais”, afirma.

Vereadora entre 2001 e 2009, Neila Batista (PT) também quer ocupar de novo um posto na Câmara. “Tenho clareza de que a Casa precisa de um mandato voltado para as lutas sociais, para a periferia e para os pobres”, diz. Neila também julga importante maior participação da mulher na política.
“Somos maioria na população, mas hoje só há uma vereadora”, ressalta.

Formada em Assistência Social, ela trabalhou com Patrus Ananias no Ministério de Desenvolvimento Social e também ocupou cargo na administração do governador Fernando Pimentel. Colega de partido, Neusinha Santos, que foi vereadora por cinco mandatos, também tenta o retorno.
Filha do ex-vereador Ovídeo Teixeira, Pricila Teixeira (PTdoB), defende maior espaço para mulheres. “A maioria dos vereadores são homens brancos com mais de 40 anos. Não me sinto representada pela legislatura atual”, diz. Após o fim do mandato em 2012, Pricila trabalhou na Prodabel, na Fundação de Cultura e como consultora jurídica, já que é advogada.

Já Sílvia Helena (PSD) diz que acredita na política como instrumento de transformação social. “Fui secretária de Direitos e Cidadania. Me qualifiquei e amadureci. Precisamos de uma política do bem”, afirma.

Sem dinheiro, candidatos apostam na fé e no corpo a corpo

Com recursos escassos, candidatos apostam no corpo a corpo e até na força divina para emplacar a candidatura. Vereador entre 2005 e 2009, Balbino da Ambulância (PTN) diz que viu a renda cair de R$ 10 mil para R$ 2 mil desde que deixou a Câmara. Seu ganha pão é uma loja de peças de motos e mecânica no bairro Concórdia, que mantém na casa onde mora de favor. “Quando podia, tinha oito ambulâncias para ajudar a população carente que precisava de atendimento médico especializado. Agora, só restou uma. Espero que Deus ilumine os eleitores”, diz ele, que está sem dinheiro para colocar placas e fazer propaganda.


Toninho Pinheiro da Vila Pinho (PSD) diz que a disputa está desequilibrada. “Vamos ver o que vai dar. Tem uns candidatos que aparecem com muito dinheiro, mas para a maioria está difícil. Com essa crise danada, estou contando com a ajuda de familiares e amigos”, afirma. Toninho, que já teve um supermercado na região do Barreiro, hoje trabalha como vendedor autônomo de gêneros alimentícios.

Centavos

"Não tenho R$ 0,10 na minha conta”, diz Paulinho Motorista (PHS), vereador entre 2008 e 2012. Desempregado e sem dinheiro para investir na campanha, ele tem pedido votos de porta em porta. “Perdi o emprego porque denunciei um esquema para tirar os trocadores dos ônibus de Belo Horizonte. Nem bico tem aparecido. Mas tem mais Deus para dar do que o diabo para tomar. Muita gente gosta de mim”, afirma.

Edinho do Açougue trocou o nome para Edinho Ribeiro (PSD) e também pleiteia uma vaga. Outro que pretende voltar à Câmara Municipal é Moamed Rachid (PDT), que em 2012 não conseguiu se eleger para o sexto mandato.

  

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por