(Editoria de Arte)
Não bastasse ter ingerido bebida alcoólica e ser inabilitado, o motorista que provocou um grave acidente envolvendo um carro e um ônibus do Move, ontem, em BH, é suspeito de dirigir em alta velocidade. A colisão frontal entre os veículos deixou seis feridos e trouxe à tona o debate sobre o desrespeito aos limites permitidos, infração que rende multa a 950 motoristas, a cada dia, na capital.
Dados do Detran apontam que 143.340 autuações foram cometidas de janeiro a maio deste ano. O número, no entanto, poderia ser maior, já que alguns radares estão desligados desde março de 2017, segundo a BHTrans. O órgão não informou quantos aparelhos estão inoperantes.
Riscos
Para especialistas, ignorar a velocidade permitida é um dos principais motivos de mortes ao volante. “Os acidentes ficam mais severos quando os carros estão mais rápidos”, afirma o engenheiro de transporte e trânsito Márcio Aguiar. Segundo ele, quem ingere bebida alcoólica tende a desrespeitar ainda mais os limites estabelecidos.
Conforme a BHTrans, o risco de o passageiro sofrer lesões graves é três vezes maior quando o veículo está a 50 quilômetros por hora (km/h), se comparado a 30km/h. O órgão explica que os radares são instalados na cidade levando em conta os locais com maior número de acidentes e a gravidade das ocorrências.
Acidente
A PM e testemunhas apontam fortes indícios de que a velocidade permitida foi desrespeitada pelo condutor que bateu no Move na avenida Antônio Carlos, na altura da barragem da Pampulha. A suposta imprudência será investigada pela Polícia Civil.
O motorista de 24 anos voltava de uma festa às 5h30 quando perdeu o controle do carro, atravessou a mureta de proteção e entrou na pista do coletivo. Conforme relato do motorista do ônibus à PM, o carro seguia desgovernado e a colisão aconteceu em questão de segundos, sem tempo de reação.
“O motorista do Siena negou, mas dificilmente um carro em menos de 60 quilômetros por hora ultrapassaria a barreira de proteção da via e faria um estrago tão grande”, garante o porta-voz do Batalhão de Trânsito da corporação, tenente Marco Antônio Said. Câmeras de segurança e um radar nas proximidades serão analisados.
O rapaz teve escoriações leves. Ele foi preso por lesão corporal. Uma fiança de R$ 15 mil foi estipulada, mas até o fechamento desta edição ele não tinha sido liberado. O jovem fez o teste do bafômetro, que acusou 0,23 miligramas de álcool por litro de ar expelido, o que caracteriza infração de trânsito, com multa de R$ 2.934,70.
Seis pessoas, sendo cinco passageiros do ônibus e um do carro, foram encaminhadas para hospitais. Até o início da noite de ontem, apenas o que estava no banco de carona do veículo de passeio não havia recebido alta. (Colaboraram Mariana Durães e Daniele Franco).