Executivos privados caem no gosto dos candidatos

09/10/2018 às 23:15.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:53


O segundo turno das eleições presidenciais e para o governo de Minas Gerais será marcado pela saída dos políticos e entrada em cena dos empresários. Com o desgaste advindo de escândalos de corrupção em série, candidatos enxergam no CEO’s ou donos de grandes empresas um vilão capaz de fisgar o eleitor.

O fracasso da política econômica atual deu visibilidade a soluções que antes não eram pensadas.

Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República favorito no pleito, pretende levar para o governo, caso eleito, um time de empresários. Quer imprimir um tom liberal à gestão. A ideia é a de levar a experiência em gestão não apenas para ministérios, mas também para estatais.

Em Minas Gerais, um dos cotados para assumir um posto é o dono da Localiza, Salim Mattar. Ele é amigo do economista de Bolsonaro, Paulo Guedes.

Em Minas, Mattar doou R$ 200 mil para a campanha de Romeu Zema (Novo). O candidato também compartilha da visão de que as lideranças do setor privado devem ajudar os novos governos que serão eleitos. Tanto que Zema convidou Gustavo Franco, economista que criou o Plano Real e fundador e estrategista-chefe da Rio Bravo Investimentos.


A ideia de agregar a experiência privada à pública não é nova. Os senadores Antonio Anastasia e Aécio Neves, por exemplo, utilizaram de tal expediente durante a gestão no governo de Minas. Marcio Lacerda e Wilson Brumer são dois dos expoentes que integraram as equipes tucanas.
Mas, naquela época, o principal desafio era pagar por um executivo ou dono de empresa. O salário de um secretario de Estado hoje, em Minas, gira em torno de R$ 11 mil. No setor privado, um presidente de companhia chega a ganhar dez vezes mais que isso, por mês.
A novidade agora é que muitos deles estão dispostos a abrir mão dos rendimentos mensais para ajudar a reconstruir governos falidos.

Imbatíveis
Apesar da ascensão de partidos tidos até então como nanicos, as legendas tradicionais foram as que obtiveram mais votos para deputado federal em Minas. A coligação do PT de Dilma Rousseff, Lula, Fernando Haddad e Fernando Pimentel obteve 2.161.800 votos. Foi o recordista.

Em segunda colocação aparece a coligação do PSDB de lideranças como Antonio Anastasia. Os tucanos e aliados obtiveram 2.123.587 votos.

O PSL de Jair Bolsonaro, que não coligou, aparece em terceiro com 1.100.263 votos, suficientes para mais que dobrar a bancada. Foi uma surpresa que fará com que a sigla perca o título de nanico. 

O fracasso da política econômica atual deu visibilidade a soluções que antes não eram pensadas

 

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