Tropas congolesas mataram, nesta segunda-feira (30), pelo menos 40 homens durante confrontos para repelir ataques coordenados na capital do país, Kinshasa, no que parece ter sido um levante de partidários do ex-candidato presidencial Joseph Mukungubila.
Mais de 70 homens armados lançaram ataques simultâneos contra o principal aeroporto do país, sedes das Forças Armadas e aos escritórios da emissora nacional de televisão, informou o ministro da Informação Lambert Mende.
Inicialmente, os homens tomaram o controle da emissora de televisão após dominarem policiais e se instalarem no interior do prédio com dezenas de reféns.
Antes de o Exército retomar a emissora, os homens afirmaram que estavam no local para liberar o "povo congolês de (presidente Joseph) Kabila" e que "Mukungubila chegou para libertá-los da escravidão de Ruanda".
Reforços da Guarda Republicana ajudaram os militares a retomar o controle da televisão após mais de uma hora de confronto, disse Mende.
Ataques contra o aeroporto e a sedes militares também foram repelidos. O governo não divulgou o número de mortos e feridos nas Forças Armadas.
Investigadores tentam descobrir se há alguma ligação entre os homens que participaram do ataque e Mukungubila, afirmou Mende.
Eddy Mbuyi, conselheiro de segurança do grupo Oxfam, disse que o ataque parece ter sido realizado por uma nova facção armada leal a Mukungubila.
Mukungubila concorreu nas eleições de 2006 contra Kabila, mas obteve menos de 1% dos votos. Desde então, ele tem acusado Kabila de prejudicar os interesses do país em troca de favores de governos estrangeiros.
O vasto país africano abriga as maiores reservas do mundo de cobalto e de tântalo, um metal cinza azulado usado na manufatura de smartphones e computadores pessoais, mas enfrenta uma série de episódios de insurgência desde o final da década de 1990.
Uma força de paz da ONU de 21 mil homens ajudou o Exército congolês a derrotar, em novembro, uma rebelião de 20 meses contra o grupo rebelde M23. Mukungubila criticou o governo por assinar o acordo de paz e acusou Kabila de "curvar-se aos interesses de Ruanda".
Investigadores da ONU acusam Ruanda e Uganda de apoiar a rebelião do M23, mas os dois países negam. Fonte: Dow Jones Newswires.
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