(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)
A decisão do Governo federal de autorizar a intervenção do Exército no Rio de Janeiro levou o secretário de Segurança de Minas, Sérgio Barboza Menezes, a solicitar uma reunião com o ministro da Justiça, Torquato Jardim. O objetivo é discutir os impactos que a presença das tropas no Estado vizinho possam causar por aqui.
A confirmação do pedido de reunião foi feita na noite desta sexta-feira (16). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) de Minas informou que o governo estadual está atento e “em planejamento de ações para evitar qualquer resquício negativo oriundo da situação da segurança pública do Rio de Janeiro”.
Afirmou também que, junto com a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Sistema Prisional, já realiza avaliações por meio das áreas de inteligência e operacional, e em parceria com outros estados, e que essas ações seguem reservadas por questões de segurança.
A expectativa é a de que, se o pedido para a reunião for aceito, participem do encontro os secretários de segurança de São Paulo e do Espírito Santo, estados que também fazem fronteira com o Rio.
Procurado pela reportagem na noite desta sexta, o Ministério da Justiça disse que ainda não pode confirmar se a reunião será feita nem a data em que poderá ser realizada.
Na Zona da Mata, o anúncio sobre a atuação das Forças Armadas no Rio já levou o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira, a pedir ao comandante local da Polícia Militar medidas para proteger os estados e aquela região. A cidade fica a 50 quilômetros da divisa com o território fluminense.
O Exército foi mobilizado para assumir a segurança pública e a luta contra o crime organizado no Rio por meio de um decreto do presidente Michel Temer. É a primeira vez desde a Constituição de 1988 que uma intervenção das Forças Armadas, nesses moldes, acontece. A medida vale até 31 de dezembro.
O interventor será o general comandante do Leste, o mineiro Walter Braga Netto. Ele disse nesta sexta que a situação do Rio “não está tão ruim assim”. E que “há muita mídia” em torno da questão.
O decreto de intervenção será votado na segunda-feira. Enquanto ele estiver valendo, nenhuma alteração na Constituição pode ser feita. O texto dá às Forças Armadas o controle total das operações de segurança e das polícias civil e militar, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Administração Penitenciária no Rio. Tem efeito imediato.
Com agência France Presse
Leia mais:
Nas primeiras horas da intervenção, arrastão interdita trânsito na Avenida Brasil
Jungmann diz que uso de tropas nas ruas ainda será definido posteriormente
Torquato diz que intervenção no Rio 'servirá para aperfeiçoar democracia'
Em pronunciamento, Temer diz que intervenção vai restabelecer a ordem no Rio