(Arquivo pessoal)
Desde a época de escola, Flávio Carvalho Markiewicz sempre soube que queria mexer com criação e desenho. O atleticano, hoje com 28 anos, acabou descobrindo o design de produtos e, no final de 2013, ano da inédita conquista da Libertadores, se formou na faculdade. Nesta sexta-feira (12), ele foi escolhido como o vencedor do concurso "O Manto da Massa". Foram, ao todo, 1.500 participantes, 50 mil votos, 13 finalistas e um escolhido.
Porém, esta seria apenas uma confirmação do que todos já sabiam. Na noite desta quinta (11), o site com a camisa vencedora foi erroneamente ao ar e acabou dando spoiler inesperado. Alguns torcedores, inclusive, aproveitaram para encomendar suas peças.
Apaixonado pelo clube e também pela profissão, Flávio tem vasto conhecimento quando o assunto é criar. Autônomo, ele há um tempo também atua com o design esportivo.
"Já fiz muitos trabalhos de ilustração, para livros infantis, apostilas escolares. Comecei a desenvolver produtos para sites dos Estados Unidos. Fiz chuteiras, trenó de neve, atributos para neve", conta o polivalente e competente torcedor ao Hoje em Dia.
Em 2015, ele foi para a Terra do Tio Sam, onde estudou numa conceituada escola de designers, em Portland. Com todo o aprendizado, levou a sério a oportunidade de, quem sabe, ter uma camisa do Galo com a própria assinatura.
"A maioria das pessoas pegava o mockup pronto. Eu quis ir um nível além. A camisa foi toda pensando no clube. Eu já estava querendo aprender um programa novo de 3D, focado para costura. Peguei o Software e uni o útil ao agradável. Fui criando junto ao aprendizado. A ideia inicial foi a marca d'água que representasse o Galo" destrincha o designer.
"Quando eu soltei no Twitter, fui na base do "Seja o que Deus quiser". Vi que a repercussão do pessoal estava legal. Usei como termômetro. Juro que imaginava que se chegasse a 10 mil views estaria ótimo. O negócio foi assustador", acrescenta.
Receio
Apesar da imensa felicidade por ser o ganhador do concurso, Flávio teme que a Le Coq, fornecedora de materiais esportivos, não confeccione as camisas com 100% de 'lealdade' ao projeto apresentado por ele.
"Acho que ainda não caiu a ficha. Só vai cair quando eu ver a camisa pronta. É um mix de muita coisa. Confio muito no Galo e na Le Coq. Estou preocupado porque não vão começar as vendas com o produto já pronto. Corre o risco sim dela não sair como o planejado, e não sei se concordo muito com isso. As pessoas vão comprar o projeto, a ideia", relata.
"Estou cansado, mas muito feliz. Emocionado. Torcendo para que dê tudo certo. Espero que quem comprar receba o que está pagando. Que a camisa passe todo o significado que eu coloquei. Fiz de coração. Foi uma coisa que me lembrou muito da minha infância, quando desenhava camisas de futebol, jogadores", finaliza.