Fábio impede PM em invasão à Toca, age como líder e evita conflito entre jogadores e torcida

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
20/07/2016 às 13:13.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:23
 (Divulgação/Máfia Azul)

(Divulgação/Máfia Azul)

Jogador que mais vezes vestiu a camisa do Cruzeiro em toda a história (700 vezes), o goleiro Fábio não é idolo do clube por acaso. Com o papel de liderança que exerce na equipe, o camisa 1 da Raposa mostrou com ações rápidas, na última segunda-feira (18), os motivos que o levam a ser capitão do time há tantos anos. Referência e atleta mais antigo do elenco celeste, o arqueiro atuou como um "bombeiro", impediu que a invasão de torcedores da Máfia Azul à Toca II tomasse proporções catastróficas e incendiassem ainda mais os bastidores azuis um dia após a derrota para o Fluminense, na 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Segundo apurou o Hoje em Dia, Fábio foi um dos principais responsáveis por evitar que a Polícia Militar fosse acionada após a entrada dos invasores no centro de treinamento da Raposa. Ainda de acordo com informações obtidas pela reportagem, a decisão de optar pela não presença dos militares foi tomada para evitar que os ânimos dos torcedores ficassem ainda mais acirrados, e para impedir possíveis confrontos entre a PM e os integrantes da Máfia Azul. Fato que deixaria o clima ainda mais pesado e faria a invasão ganhar proporções maiores. Chamar à polícia não seria difícil, já que na portaria da Toca II os funcionários possuem um contato telefônico de viaturas que fazem rondas na região. 

Mostrando características de um líder, o capitão celeste ainda chamou para si a responsabilidade de mediar os diálogos com os membros da maior torcida organizada do clube. No dia em que houve a invasão dos torcedores, jogadores, o técnico Paulo Bento e toda sua comissão se assustaram. Coube então a Fábio tranquilizar todo o grupo e avisar ao treinador português que as conversas seriam mediadas pelo próprio goleiro. Como de fato ocorreu.

Nervosos com a má fase do Cruzeiro, que ocupa à zona de rebaixamento do Brasileirão, os membros da Máfia Azul foram à Toca II cobrarem explicações dos atletas não só pelo momento ruim. Os torcedores queriam também satisfações convincentes sobre as declarações polêmicas dadas pelo atacante colombiano Riascos, que logo após o revés para o Fluminense demonstrou interesse em retornar ao Vasco e usou termos pejorativos em entrevista à rádio Itatiaia ao se referir ao clube estrelado. 

Apesar do tom pesado nas declarações de um representante da Máfia Azul, que chegou a dizer que o episódio envolvendo Riascos era uma "palhaçada", o "encontro" dos torcedores com os jogadores foi pacífico e não registrou bagunça ou confusão. Tanto é que na terça-feira (19), o goleiro Fábio gravou um vídeo, publicado na página oficial da Máfia Azul no Facebook, (assista abaixo) e explicou como havia sido a conversa com os integrantes da organizada. 

"A Máfia Azul esteve na Toca da Raposa, mas não houve confusão. E sim, agregar forçar para que, juntos, possamos sair dessa situação que o nosso Cruzeiro não merece. Quero pedir o apoio de vocês, e falar que não vai faltar empenho, dedicação, raça, gana para tirar o Cruzeiro desse momento difícil. Juntos somos mais fortes, um abraço", disse o goleiro.

Veja a explicação de Fábio sobre a conversa entre jogadores e membros da Máfia Azul

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