(Arquivo/Agência Brasil)
O Facebook informou nesta terça-feira (31) ter eliminado mais de 30 páginas e contas falsas envolvidas no que parecia ser uma tentativa "coordenada" de influenciar a opinião pública sobre questões políticas antes das eleições americanas de novembro, mas não conseguiu identificar a fonte.
A empresa disse que as contas de "maus atores" na maior rede social do mundo e em seu site de compartilhamento de fotos Instagram não poderiam estar ligadas a atores russos, que segundo autoridades americanas usaram a plataforma para disseminar desinformações antes da eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.
Mas a gigante da tecnologia disse que "parte da atividade é consistente" com a da Agência de Pesquisa da Internet (IRA), sediada em São Petersburgo - a fazenda de trolls russa que gerenciou muitas falsas contas no Facebook para influenciar os votos em 2016.
"Estamos fechando 32 páginas e contas envolvidas em comportamento não autêntico coordenado, sem dizer que um grupo específico ou país é responsável", disse o Facebook em uma série de posts de blog.
"Ainda estamos nos estágios iniciais de nossa investigação e não temos todos os fatos - incluindo quem pode estar por trás disso", acrescentou.
"Mas nós estamos compartilhando o que sabemos hoje, dada a conexão entre esses maus atores e protestos que estão planejados para a semana que vem em Washington".
O Facebook disse que informou as agências policiais americanas, o Congresso e outras empresas de tecnologia sobre suas descobertas.
O New York Times informou que a empresa estava trabalhando com o Federal Bureau of Investigation (FBI) na investigação.
A empresa disse que os responsáveis pela campanha tinham tido "mais cuidado em cobrir seus rastros", acrescentando: "Encontramos evidências de algumas conexões entre essas contas e as contas da IRA que desativamos no ano passado (...), mas também há diferenças".
Algumas das páginas mais seguidas que foram eliminadas incluíam "Resisters" e "Aztlan Warriors".
A página "Resisters" contou com o apoio de seguidores reais para um protesto em Washington em agosto contra o grupo de extrema direita "Unite the Right".
O Times, citando fontes anônimas, relatou que outras atividades "coordenadas" giravam em torno do #AbolishICE, uma campanha de esquerda contra a agência de Imigração e Alfândega.
A notícia chega apenas alguns dias depois de o Facebook sofrer a maior queda em um único dia do valor de mercado para qualquer empresa, depois de perder as previsões de receita para o segundo trimestre e oferecer projeções de crescimento fraco.
A empresa de Mark Zuckerberg diz que a desaceleração virá em parte devido à sua nova abordagem de privacidade e segurança - que ajudou os especialistas a descobrirem esses chamados "maus atores".
"Nós enfrentamos adversários determinados, bem financiados, que nunca desistem e estão constantemente mudando de tática. É uma corrida armamentista e precisamos melhorar constantemente também", disse o Facebook.
"É por isso que estamos investindo pesadamente em mais pessoas e em melhor tecnologia para evitar que os maus atores usem mal o Facebook, e estamos trabalhando muito mais de perto com as autoridades policiais e outras empresas de tecnologia para entender melhor as ameaças que enfrentamos".